Falta de chuvas pode comprometer até 60% das lavouras de milho

Probabilidades de chuva seguem abaixo da média para o mês de dezembro e não sinalizam melhora na produção

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Lavouras de milho apresentam os efeitos da estiagem que deve se entender pelo mês de dezembro. (Foto: Lucas Henrichsen)Lavouras de milho apresentam os efeitos da estiagem que deve se entender pelo mês de dezembro. (Foto: Lucas Henrichsen)
Lavouras de milho apresentam os efeitos da estiagem que deve se entender pelo mês de dezembro. (Foto: Lucas Henrichsen)
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O tempo seco, a falta de chuvas que somam quase 25 dias em algumas lavouras e a previsão da manutenção desse cenário para as próximas semanas acentua a preocupação de produtores de milho e da soja na região de Passo Fundo. O milho se encaminha em cerca de 70% das lavouras para o estágio de floração. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater/RS - ASCAR, Oriberto Adami, caso as chuvas não retornem nos próximos 15 a 20 dias, estima-se uma perda de 50 a 60% das lavouras de milho.

 

Soja

A soja, que teve seu plantio adiantado devido às chuvas, está plantada em 95% das lavouras da região de Passo Fundo. Em torno de 60% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo e o restante em fase de germinação. “Essa falta de umidade pode prejudicar a germinação e pode retardar o crescimento, porque a soja está a 15, 20 dias plantada, mas crescendo sem chuva”, explicou Oriberto.

Esse déficit de umidade é principalmente notado na região nordeste, em municípios como Carazinho, Não-Me-Toque, São Domingos do Sul e Marau, que se encontram em uma situação crítica. “Cidades como Lagoa Vermelha e Sananduva receberam chuvas. Mas novamente são chuvas esparsas, não uniformes, só umas pancadas”, comentou o engenheiro agrônomo, destacando a necessidade da chuva para iniciar o desenvolvimento da soja e a recuperação do milho.

 

Milho

A expectativa é que a partir de janeiro e fevereiro haja uma normalização nos níveis de chuva. Nesse sentido, a soja, que nesta época começa a florescer, consegue recuperar as perdas sentidas pela falta de chuvas. Entretanto, as perspectivas para o milho, que tem o final de ano como meses mais críticos e o início de sua colheita a partir da segunda quinzena de janeiro, não são tão positivas. “Grande parte das lavouras da região estão em fase de espigamento, fase crítica onde mais a cultura precisa de água. Ela necessitaria de 7 a 8 mm de água por dia para ter uma boa produção”, explica Aldemir Pasinato, analista do laboratório de meteorologia da Embrapa Trigo.

A falta de umidade junto às altas temperaturas podem ocasionar a redução do crescimento dos grãos, o que afeta o seu rendimento. “Sem chuvas, a situação está ficando muito crítica. Caso chova dentro de cinco a seis dias, as perdas ainda podem ser amenizadas”, aponta Oriberto Adami. Mesmo com chuva, ainda são previstas reduções de 25 a 30% na produtividade.

 

Previsão

As probabilidades de chuva para dezembro seguem abaixo da média, como em novembro, em que o município de Passo Fundo atingiu 33% da média esperada. As previsões para esta semana apontam pancadas de chuva em áreas isoladas devido às fortes ondas de calor, que podem atingir na sexta-feira e no sábado temperaturas de 33ºC.

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