Safra de verão terá quebra de 41,9% na produção média estadual

Estimativa inicial da Emater foi apresentada durante a Expodireto Cotrijal na terça-feira (8)

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Impacto da estiagem condicionou uma das piores safras de verão em uma década. (Foto: Isabel Gewehr)Impacto da estiagem condicionou uma das piores safras de verão em uma década. (Foto: Isabel Gewehr)
Impacto da estiagem condicionou uma das piores safras de verão em uma década. (Foto: Isabel Gewehr)
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A safra de verão terá uma quebra de 41,9% na produção média estadual dos principais grãos da estação, cujo impacto da estiagem no Rio Grande do Sul reduziu em mais de 10 milhões de toneladas o volume de soja que os produtores rurais irão colher nesta que é uma das piores safras em uma década.

Conforme a estimativa apresentada pela Emater-RS/Ascar na manhã de terça-feira (8), na Expodireto Cotrijal, a estimativa inicial da entidade era uma colheita de 33,6 milhões de toneladas. O valor, contudo, projetou perdas de 19,5 milhões de toneladas sendo -52,1% de perda na soja; -55,1% no milho; -36% no feijão primeira safra; -10,7% no feijão segunda safra e -4,5% no arroz.

Em relação à produção da safra passada, de 33,1 milhões de toneladas, a perda média estadual de todos grãos chega a -41,1%, sendo -53,3% na soja, -37,5% no milho; -27% no feijão primeira safra; -13,5% no feijão segunda safra e 13,1% no arroz. “Temos, no Estado, 126 municípios com menos de 20 sacas por hectare. São grandes perdas que temos. Temos 20 municípios, que é a parte alentadora disso, com mais de 3 mil quilos por hectare”, mencionou o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri.

Durante a apresentação dos dados, ele afirmou que a situação da estiagem e os seus efeitos negativos são muito variados. Rugeri explicou, ainda, que os números divulgados pela instituição se referem aos dados repassados pelos municípios na segunda quinzena de fevereiro, segundo o levantamento realizado entre os dias 16 e 28, e objetivam estabelecer o cenário daquele momento, com as perdas já consolidadas. “Esse ano temos uma estiagem Leste-Oeste. As perdas também se concentram na Região Oeste. Não é a projeção final, já que temos ainda muita soja em condições de dar resposta. O plantio fora da janela não é o mesmo que o plantado na época”, ressaltou o diretor técnico.


Região

As condições climáticas e de escassez hídrica também impactaram na produtividade dos principais cultivos de verão na região de Passo Fundo. Conforme estima a Emater, o milho em grão terá uma produtividade de 3.092 kg/ha neste ano nos mais de 77.6 mil hectares de área plantada. Em termos comparativos, a redução registrada foi de 62,5% onde, no ano anterior, as projeções apontavam para 8.251 kg/ha de produtividade.

A produtividade do milho silagem, que era de 37.787, baixou para 15.335 kg/ha representando uma retração de 59,4%. Embora em menor proporção, as perdas na produtividade da soja cultivada nas propriedades rurais da região também chegaram a 46,3%, cujas estimativas de produção para este ano ultrapassam 1,2 milhão de toneladas em 635.421 hectares de área plantada. “No ano passado tivemos uma safra ruim. Neste ano, foi pior. Temos esse desafio de avançar junto as entidades na irrigação que é, talvez, a grande alternativa junto com os solos para construirmos uma condição de produção e ter um pouco de tranquilidade. O milho é mais responsivo que outras culturas”, frisou Rugeri.

No Estado, de 19,9 milhões de toneladas inicialmente previstas para a soja, os produtores deverão colher 9,5 milhões toneladas. Já no milho, das 6,1 milhões de toneladas, a produção será de 2,7 milhões de toneladas, de acordo com a Emater. Também em redução, o feijão 1ª e 2ª safra terão uma colheita de 39,6 mil e 34,3 mil toneladas, respectivamente, enquanto o arroz foi o cultivo com menor impacto: das 7,5 milhões de toneladas inicialmente estimadas, haverá uma produção de 7,2 milhões de toneladas.


Estimativa

Soja

 - previsão inicial de 19,9 milhões de toneladas

 - previsão de colheita - 9,5 milhões de toneladas

Milho

- previsão inicial - 6,1 milhões de toneladas

- previsão de colheita - 2,7 milhões de toneladas

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