Preço inflado dos fertilizantes preocupa produtor rural para a safra de verão

Neste mês, Ministério da Agricultura deverá apresentar um plano para suprir a demanda interna dos insumos

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Até fevereiro, 60% dos adubos já haviam sido comercializados no país. (Foto: Arquivo/Embrapa)Até fevereiro, 60% dos adubos já haviam sido comercializados no país. (Foto: Arquivo/Embrapa)
Até fevereiro, 60% dos adubos já haviam sido comercializados no país. (Foto: Arquivo/Embrapa)
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Com o estoque de fertilizantes garantido até outubro, os preços em disparada aplicados à compra dos fertilizantes preocupam o produtor rural que já começou a planejar a próxima safra de verão no final de setembro e outubro.

Isso porque, após as sanções econômicas aplicadas à Rússia e à Bielorrússia pelos conflitos militares que tiveram início com a invasão à Ucrânia, as exportações do produto com destino ao Brasil foram comprometidas em razão do fechamento dos portos da Lituânia para o escoamento das cargas.

Ao importar 80% dos compostos para adubagem das lavouras, a dependência do agronegócio brasileiro aos produtos de ambos países envolvidos na guerra fizeram eco nos corredores da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, onde os expositores agregaram soluções para otimizar a aplicação de fertilizantes. “O produtor, em função do cenário de estiagem no Rio Grande do Sul sobre esta última falta de soja, está ficando descapitalizado para fazer investimentos para a próxima safra de soja”, comentou o Gerente de Desenvolvimento de Mercado da BASF, Sérgio Silva, ao O Nacional.

Além de ter o maior preço dos fertilizantes, diz, a questão da menor disponibilidade de recursos também é um fator levando em consideração. "Ele tem que encontrar meios para usar de uma maneira assertiva”, pontua Silva ao mencionar os mapeamentos digitais, realizados a cada 3 dias, como alternativa para aplicar os produtos com maior eficiência. "Existem áreas que necessitam menos, outras mais. Mas, em uma média, consigo ter uma economia de fertilizantes na lavoura”, afirmou.

De olho na safra de inverno, onde o milho safrinha e o trigo são os cultivos mais semeados, 60% dos adubos utilizados nas lavouras brasileiras já haviam sido comercializados até o fim de fevereiro. "O Brasil, no passado, não fez um programa nacional para a produção própria de fertilizantes. Fizemos uma opção errada, lá atrás, de ficarmos importando nitrogênio, fósforo e potássio", considerou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, três dias antes do início da feira.


Plano nacional

Sem representações do Planalto na cerimônia de abertura, o presidente Jair Bolsonaro cancelou a viagem que havia programado a Não-Me-Toque, mas disse que apresentaria ações ao agronegócio durante a live semanal que realiza nas redes socais.

Com a presença de Tereza Cristina, o presidente afirmou que o governo federal vai lançar, neste mês, um plano nacional para ampliar a produção de fertilizantes no país. "Esse plano está pronto, não foi por causa desta crise. Isso nós pensamos lá atrás, de que o Brasil, uma potência do agro, não poderia ficar nessa dependência do resto do mundo”, ressaltou a ministra da Agricultura.

Segundo Teresa Cristina, a estratégia para assegurar o abastecimento interno do insumo trará um diagnóstico sobre a oferta de fertilizantes no Brasil e poderá ter como resultado, por exemplo, propostas legislativas para facilitar a produção de fertilizantes no país através da revisão de regras de licenciamento ambiental para exploração de jazidas e até permissão para extração dos minerais em terras indígenas.

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