Região de Passo Fundo se encaminha para a conclusão da colheita da soja

Com 90% das áreas de soja colhidas, safra de inverno fica em perspectiva com a organização dos plantios comerciais e para cobertura de solo

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Cultivares plantadas tardiamente apresentam uma produtividade maior. (Foto: Divulgação)Cultivares plantadas tardiamente apresentam uma produtividade maior. (Foto: Divulgação)
Cultivares plantadas tardiamente apresentam uma produtividade maior. (Foto: Divulgação)
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Depois de uma semana de chuvas constantes, a pausa momentânea e o sol do final de semana do Dia das Mães proporcionaram a retomada da colheita da soja na região de Passo Fundo. Até a segunda-feira (9), 90% das áreas cultivadas com soja haviam sido colhidas, com médias produtivas variando de 20 a 50 sacas por hectare. Com a safra de verão se encaminhando para o final, produtores se organizam para o cultivo de inverno e as coberturas de solo da época. 

Segundo o supervisor regional da Emater/RS - Ascar, Oriberto Adami, a colheita da soja conseguiu progredir bem após os períodos de pausa impostos pelas instabilidades climáticas da última semana. No entanto, com o retorno da chuva na terça-feira (9), o cenário se complicou. “Mas não está atrasado. A maioria das plantas está lorando, pronto para colher agora. Com a seca, muitos produtores plantaram no final de dezembro, bem tarde, então não atrasou”, esclareceu. Quando a soja está “lorando” significa que está amarelando de maneira uniforme, chegando ao final do ciclo. Caso as chuvas cessem novamente, em poucos dias a colheita deve ser concluída. 

Nesse sentido, como já se previa durante o plantio da soja, dado o cenário de falta de chuvas, os produtores que plantaram a soja precocemente obtiveram resultados que giram na faixa das 20 sacas por hectare, com 1200kg/ha. Já as mais tardias, como em Ciríaco, município a 68 km de Passo Fundo, tem alcançado produtividades na média de 35 sacas por hectare, variando de 40 a 60 sacas por hectare em algumas propriedades . 


Volume intenso de chuvas

Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS, em alguns municípios onde os volumes de chuva foram intensos, houve, até mesmo, danos nas lavouras, causados pelo escorrimento superficial de águas, pelo carreamento de solo e fertilizantes e pela formação de grandes buracos no solo. 

De maneira geral, a Emater não sinalizou perdas por apodrecimento ou germinação dos grãos por se tratar da primeira sequência de chuvas expressivas sobre as lavouras após a fase de maturação. Contudo, há grande preocupação com a ocorrência de novas precipitações, que podem acarretar perdas por avarias nos grãos em lavouras maduras expostas a essa condição de tempo.  

Oriberto Adami explica que as cultivares da região não foram prejudicadas devido à proteção que o grão teve com as palhas das lavouras. Além disso, muitas plantas não estavam em processo de maturação, com a vagem já seca e a planta ainda verde, devido a alteração fisiológica causada pela estiagem do último verão. “É bem pontual, até o momento não dá para considerar perda por chuva, mas se persistir mais uma semana, vai cair um pouco a qualidade do grão”, esclareceu o supervisor. 


Preparação para o inverno 

Com as lavouras aos poucos ficando outra vez vazias, o momento de iniciar a cobertura de solo de inverno para a próxima safra de verão se torna importante, pensando além dos plantios comerciais. “É necessário pensar na estruturação de solo, é o momento do produtor se planejar, seja com o trigo, a aveia ou nabo”, destacou Adami. “Isso servirá para proteger o solo da erosão e estruturar a terra com raízes”, justificou.

Com essa perspectiva em vista, a Emater/RS - Ascar estima uma expansão de 20% a 30% da área de cultivo do trigo na região de Passo Fundo. Isso ocorre pela alta do preço do trigo e da aveia devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, visto que a Ucrânia é um grande produtor mundial de trigo. Somado a isso, o produtor tem no histórico a frustração da safra de verão, o que traz a possibilidade de geração de renda com a safra de inverno. Na segunda-feira (9) o preço do trigo comercializado na Cotrijal em Não-Me-Toque se encontrava na faixa dos R$102,00 por saca

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