Com uma produção estimada de mais de 20 milhões de toneladas de Soja, o Rio Grande do Sul pretende recuperar parte das perdas provocadas pela estiagem passada. Os dados preliminares da Safra de Grãos de Verão 2022/2023 no RS foram apresentados pela Emater/RS-Ascar em Café com a Imprensa na manhã desta terça-feira (30/08), na 45ª Expointer, que acontece até domingo (04/09) no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.
O lançamento foi prestigiado pelo secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Domingos Lopes Velho, e pelo presidente do Conselho Técnico Administrativo da Emater/RS-Ascar, Paulo Roberto da Silva, também da Seapdr. Da Emater/RS participaram o presidente e os diretores técnico e administrativo, Alex Corrêa, Alencar Rugeri e Alexandre Durans.
De acordo com pesquisa realizada em 484 (99,9%) dos 497 municípios gaúchos, a safra da soja estimada em 20.563.989 toneladas representa 124,41% a mais do que a frustrada safra anterior, que foi de 9.163.740 toneladas, o que projeta uma produtividade de 3.131 kg/ha, ou 112,68% maior do que a média de rendimento na safra passada, que foi de 1.472 kg/ha.
Ainda sobre a soja, principal grão de verão produzido no RS, a área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares, 2,83% maior do que a safra anterior (6.387.985 ha). “Como a metade Norte do Estado tem a soja com um potencial mais consistente, percebemos que a cultura está avançando para a metade Sul, necessitando de um manejo mais profissional, mas o resultado projetado é espetacular”, avalia o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri.
A safra aguardada para a cultura do Milho também projeta boa recuperação para os produtores e para a economia gaúcha. De acordo com a estimativa inicial apresentada pela Emater/RS-Ascar, o milho deverá alcançar uma produção de 6.102.815 toneladas, ou seja, 104,54% maior do que a safra passada (2.983.634 ton), a serem cultivadas numa área de 831.786 hectares, 5,91% acima da safra anterior (785.335 ha), gerando uma produtividade média prevista de 7.337 kg/ha, o que representa 90,47% a mais do que a obtida na safra passada (3.852 kg/ha).
“Apesar de a produção de milho aumentar há quatro anos, precisamos de políticas públicas de incentivo para essa cultura, a exemplo do Pró-Milho, que envolve todas as entidades do agro do Estado. Temos necessidade de atender as demandas das criações, importante pela pujança do setor de proteína animal”, observa Rugeri.
Milho
No Milho Silagem, a produção esperada para a safra 2022/23 é de 13.835.615, ou seja 78,06% a mais do que a safra anterior, que foi de 7.770.047. Apesar da área diminuir -8,31%, passando de 398.587 hectares para 365.467 hectares, a produtividade estimada para esta safra é de 37.857 kg/ha, ou seja, de 93,01% superior aos 19.614 kg/ha de rendimento do milho silagem na safra passada.
Arroz
Já a safra de Arroz projeta para a safra de verão uma redução de área de -9,90%, passando de 957.185 hectares (safra 2021/2022) para 862.498 hectares (estimativa inicial do Instituto Riograndense do Arroz - Irga para 2022/2023). Isso vai fazer com que o RS tenha, para a próxima safra de verão (2022/2023), uma produção de 7.094.909 toneladas de arroz (a safra 2021/2022 foi de 7.708.517 toneladas), e uma produtividade média de 8.226 kg/ha, ou seja, de -1,10% menor do que a obtida na safra anterior, que foi de 8.315 kg/ha.
Feijão
Para o Feijão 1ª safra, a Emater/RS-Ascar também projeta uma redução de -4,56% da área a ser cultivada, totalizando, para a safra de verão, 30.561 hectares no RS (na safra passada foram cultivados 32.020 hectares). A produção estimada de feijão é de 51.985 toneladas (42.188 toneladas na safra 2021/2022), e a produtividade para a safra 2022/2023 é de 1.701 kg/ha, 28,19% maior do que a da safra anterior, que foi de 1.327 kg de feijão por hectare. “Com o avanço da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), as culturas de verão, como o feijão, têm que estar fortalecidas no sistema de produção do Estado”, ressalta Rugeri.
No total de grãos a serem cultivados no RS para a safra 2022/2023, a Emater/RS-Ascar e o Irga estimam uma produção de 33.813.698 toneladas, o que representa um aumento de 69,93%, se comparada com a safra anterior 2021/2022, que foi de 19.898.079 toneladas. Na área a ser cultivada com os grãos de verão no Estado, as estimativas indicam o total preliminar de 8.293.457 hectares, ou 1,60% acima da área cultivada na safra passada, que foi de 8.162.525 hectares.
Para Rugeri, o momento é de refletir e celebrar as perspectivas para a safra de grãos de verão. “Nosso maior desejo é que essas informações se consolidem”, finalizou o diretor técnico da Emater/RS.
PROGNÓSTICO CLIMÁTICO TRIMESTRAL
Antes da apresentação das estimativas iniciais da safra de verão 2022/2023, o meteorologista da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Flávio Varone, ressaltou a tendência de o Rio Grande do Sul ter uma primavera amena, “dentro da normalidade, com declínio do fenômeno La Niña, à medida que se aproxima o verão”.
Segundo o meteorologista, o inverno se mantém típico, mais úmido, e os meses de setembro e novembro têm condições de chuva dentro da normalidade para a época, assim como em outubro, “quando teremos a sensação de que o inverno ainda não passou, com noites mais frias”, disse Varone, ao antecipar como previsão para o verão a ocorrência de estiagens curtas e regionalizadas.