Baixas temperaturas prejudicam desenvolvimento inicial da cultura de milho na região

Boletim conjuntural estima que 90% dos cultivos já foram implementados nas lavouras

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Foto: Vanessa Almeida/Emater/RS-AscarFoto: Vanessa Almeida/Emater/RS-Ascar
Foto: Vanessa Almeida/Emater/RS-Ascar
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As baixas temperaturas registradas na região de Passo Fundo e Erechim, nas últimas semanas, prejudicaram o desenvolvimento inicial da cultura do milho, segundo aponta o último boletim conjuntural da Emater/RS-Ascar divulgado em 29 de setembro.  

Ao estimar que 90% dos cultivos já foram implementados nas lavouras, os técnicos da entidade constataram a presença de pragas, como cigarrinha e pulgões, que fez com que houvesse a necessidade de monitoramento e de controle em situações de maior ocorrência. “Além disso, com o aumento no teor de umidade nos solos, houve a retomada da germinação e da emergência de plantas, uniformizando o estande das lavouras”, focaliza o relatório.  

Com uma área de cultivo para a safra 2022/2023 estimada em 831.786 hectares e de 7.337 kg por hectare no Rio Grande do Sul, o valor médio cresceu +0,21%, passando de R$ 83,82 para R$ 84 por saca, de acordo com o levantamento semanal de preços realizados pelo escritório gaúcho da Emater.  

Com um território de plantio um pouco menor que o milho em grão, de 365.467 hectares, o milho destinado à silagem também avança de forma intermediária nas propriedades regionais onde os agricultores registram uma variação entre 25% a 60% da área plantada em emergência e desenvolvimento vegetativo. “Há ocorrência de cigarrinhas, que estão sendo monitoradas e controladas com inseticidas químicos e biológicos”, afirma a Emater/RS-Ascar.  


Outros cultivos 

Igualmente afetado pelos dias mais frios no mês de setembro, o cultivo de batatas na zona rural de Passo Fundo sofreu uma pequena queima de parte foliar da cultura pelas geadas.  

As perdas de produção, contudo, poderão ser calculadas somente no momento da colheita, afirma o boletim que indica os preços pagos ao produtor fixados em R$ 120,00/saca de 50 quilos para a variedade rosa e R$ 110,00/saca para a branca. 

Nos campos frutícolas presentes na região, prossegue o relatório da Emater, os pomares de pêssego estão em desenvolvimento vegetativo. “Continuam os tratamentos preventivos, assim como nas videiras. Os citros estão em plena floração e continua a colheita”, relata o documento mencionando que as culturas não tiveram danos visíveis apesar das temperaturas. 

Ainda em andamento, a coleta da resina e o manejo nos coletores, em Passo Fundo, estão sendo feitos a partir dos contratos de arrendamento das florestas entre resineiras e produtores em valores que variam de 20 a 30% do que é explorado. A colheita de madeira está ocorrendo em larga escala, disse a Emater, com novos plantios tímidos na região. “É alta a demanda por tora de pinus para abastecer as empresas de Santa Catarina”, ressaltou o boletim conjuntural.  


Pastagens 

A boa umidade do solo, devido à ocorrência de chuvas aliadas à sequência de dias ensolarados, tem proporcionado condições favoráveis ao desenvolvimento das plantas forrageiras.  

As áreas com pastagens de aveia se aproximam do final do ciclo, com exceção dos locais onde foram estabelecidas mais tarde. “Na regional de Passo Fundo, a ocorrência ainda de baixas temperaturas tem atuado negativamente sobre o estabelecimento das pastagens de verão, restringindo a retomada da brotação das espécies perenes e atrasando a implantação das espécies anuais”, constataram os técnicos da Emater.  

A partir disso, a bovinocultura leiteira está com dificuldade para a manutenção dos níveis de produção de leite neste período de transição entre o inverno e a primavera, de acordo com a entidade, havendo necessidade do aumento do fornecimento de alimentos conservados. 


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