Colheita do trigo deve ser concluída nos próximos 15 dias na região

Com clima favorável e uso de tecnologias dentro do campo, produtividade chega a 90 sc/ha e encaminha o Estado para uma das melhores safras dos últimos anos

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Foto: Roger Terra de Moraes -  Emater/RS-AscarFoto: Roger Terra de Moraes -  Emater/RS-Ascar
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Acompanhados de uma semana de tempo firme e seco, produtores rurais avançam na retirada dos cereais de inverno das lavouras. Na região de Passo Fundo, 40% dos 120 mil hectares cultivados com a cultura do trigo já foram colhidos, alcançando altos índices de qualidade e produtividade que variam de 60 a 90 sacas por hectare (sc/ha). O resultado é consequência das condições climáticas ideais e o uso de tecnologias de adubação e manejo dentro do campo.


Safra histórica

Evoluindo de maneira rápida, os municípios no entorno de Passo Fundo seguem em plena colheita. Com a perspectiva de ser mais uma safra histórica e uma das melhores dos últimos anos no Rio Grande do Sul, a produtividade dos grãos na região deve alcançar patamares de cerca de 3,6 mil kg/ha. Em safras consideradas normais, a média obtida pelos agricultores ficava na casa dos 60 sc/ha, no entanto, a Emater/RS tem identificado áreas superiores a 80 sc/ha e que se aproximam de 90 sc/ha.

Além disso, o grão tem demonstrado altos padrões de qualidade, aliados a um bom PH, fatores que colaboram para a valorização e manutenção dos preços. Até a tarde de quinta-feira (17), o preço do trigo estava em R$ 92,00, segundo as cotações da Cotrijal. “A condução das lavouras foi perfeita. Todos os elementos contribuíram, o clima em especial e o uso de tecnologia. Essa combinação está surtindo efeito no resultado de uma safra histórica”, pontuou o engenheiro agrônomo e responsável pela área de culturas da Emater/RS - Ascar, Oriberto Adami. “É um dos melhores anos em produtividade e qualidade, então funcionou bem para todas as culturas de inverno. Cevada, aveia branca e preta, trigo. É um ano positivo para as culturas de inverno no geral”, completou. 

Foto: Isabel Gewehr/ON


Clima a favor do campo

Quando se trata do clima, Oriberto esclarece que as chuvas ocorreram na hora certa e apesar da incidência de precipitações durante a fase de floração e de espigamento ter acionado alertas, ela não trouxe prejuízos. “Isso porque o produtor fez de forma regular os tratamentos fúngicos, aplicou tecnologia. Temos lavouras tecnificadas, com boa adubação, com tratamentos com fungicidas e isso impediu a entrada de doenças fúngicas”, explicou, pontuando que, diferente da última safra, esta não foi marcado pela incidência de doenças de espiga como a giberela, que com o excesso de chuvas tendem a aparecer.

Mesmo que o índice de atraso na colheita das lavouras de trigo neste ano seja o maior em cinco safras, esse atraso não tem preocupado os produtores e pode ser analisado como algo benéfico, visto que no início do mês a região Sul registrou geadas em quase todo o seu território. “Esse atraso evitou prejuízos com a geada, porque se ela ocorresse em plena floração, caso tivéssemos plantado mais cedo, poderia ter dado danos”, afirmou o engenheiro agrônomo, lembrando que um dos fatores para a demora da colheita se deve à semeadura mais tardia do grão, que só pôde ser feita após a liberação das lavouras de verão, afetadas pela estiagem 2021/22. 

Em 15 dias a colheita do trigo deve estar concluída, alcançando na próxima semana mais de 60% das áreas colhidas. “Tem lavouras em maturação fisiológica em regiões mais frias que vai atrasar mais um pouco, mas dentro de 15 dias no máximo deve estar encerrado”, mencionou Adami, acrescentando que esse cenário, no entanto, não tem influenciado na implantação da próxima cultura, a soja.


Culturas de verão

Até o momento, cerca de 30% das lavouras de soja foram semeadas, contudo, a falta de chuva que favorece a colheita do trigo, tende a prejudicar o desenvolvimento das culturas de verão, principalmente o milho que já está em desenvolvimento vegetativo. Junto com a soja, em fase de germinação, as culturas se encontram no limite, sendo ideal a ocorrência de chuvas consistentes nos próximos 7 dias. "A soja está nascendo e o milho se desenvolvendo. Tem regiões quase entrando em pendoamento e está precisando chover. Agora, é torcer que chova para as culturas de verão”, ponderou Oriberto Adami.


Chuva 

Com mais uma safra de verão se encaminhando sob a influência do fenômeno La Niña, as previsões apontam no mínimo mais duas frentes frias para o mês de novembro, uma delas na madrugada de domingo (20) para segunda-feira (21). Acompanhado de temperaturas altas, as precipitações devem chegar à casa dos 30 mm.

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