Região de Passo Fundo tem 60% das áreas de soja semeadas

Colheita do trigo tem liberado áreas para o cultivo, mas tempo seco e firme tem atrasado a implantação da cultura de verão

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Foto: Isabel Gewehr/ONFoto: Isabel Gewehr/ON
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Com 90% das lavouras de trigo colhidas, a região de Passo Fundo avança de maneira lenta no plantio da soja, com 60% das áreas cultivadas até terça-feira (6). Com chuvas irregulares e temperaturas elevadas, que atrasam a implantação da soja, as culturas de verão começam a sentir os impactos de mais uma estiagem, acompanhadas da permanência do fenômeno La Niña.


Culturas de inverno

Segundo a Emater/RS - Ascar, a perspectiva é que nos próximos dois dias todas as lavouras cultivadas com trigo na região estejam colhidas. Com alta produtividade e qualidade de grão, a expectativa de produção foi superada em todas as regiões do Estado. Em nova amostragem, realizada na última semana de novembro, a produtividade de trigo no Rio Grande do Sul foi reavaliada em 3.410 kg/ha, sendo 6,2% superior à projetada no final de setembro, em 3.210 kg/ha.

A região de Passo Fundo se encontra entre as de maior produtividade regional no Estado, estimada em 3.730 kg/ha. Conforme avaliou o engenheiro agrônomo e responsável pela área de culturas da Emater/RS - Ascar, Oriberto Adami, as médias variam entre 60 e 80 sacas por hectare, com algumas áreas alcançando 90 sacas por hectare. 

A cevada acompanhou o mesmo ritmo do trigo, com produtividade de 3.590 kg/ha em Passo Fundo, ficando entre as principais regiões produtoras.


Verão crítico se aproximando 

Com uma safra de inverno bem encaminhada e concluída com sucesso, oriunda das condições climáticas ideais e o uso de tecnologias de adubação e manejo dentro do campo, agora as preocupações são transferidas para as áreas de verão, principalmente o milho, que tem sofrido com o déficit hídrico. 

Em fase de floração, o milho tem tido perdas já irreversíveis em municípios como Cacique Doble, Maximiliano Ramos e Machadinho. “São municípios mais para o Nordeste do Estado, mas aqui na região de Passo Fundo está no limite em função das altas temperaturas e das chuvas irregulares em que em um local chove 50 mm e ao lado, chove 10 mm”, pontua Oriberto Adami, destacando que os baixos volumes registrados acabam deixando o solo seco novamente em poucos dias. “Precisamos que chova de maneira uniforme nos próximos oito a dez dias”, alertou. 

No mesmo passo, a falta de chuvas tem prejudicado a implantação da cultura da soja, que se aproxima de 65% da área projetada para a região de Passo Fundo. “Todos estão esperando uma boa chuva, sem umidade no solo não tem como plantar. Por isso, começamos a ter esse problema de atraso, em que mais um mês toleramos, mas após dezembro saímos do período de zoneamento agrícola estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e se torna complicado para o produtor”, esclarece Adami, acrescentando que as áreas cultivadas agora se encontram, a maioria, em desenvolvimento vegatitvo. 


Previsão para a semana 

Ainda sob a sombra do fenômeno La Niña, Passo Fundo se encaminha para mais um mês com chuvas abaixo da média, totalizando, de julho até novembro, cinco meses consecutivos com precipitação em queda. Até o momento, o município registrou 18,2 mm, enquanto a média normal de precipitações para o mês é de 162 mm.

Com uma onda de calor em atuação, as temperaturas têm entrado em elevação em todo o Estado. A quinta-feira (8) deve ser marcada por temperaturas na casa dos 33ºC, chegando aos 35ºC na sexta-feira (9), quando a onda alcança seu ápice. Até o final da semana, pancadas de chuva em áreas isoladas podem ser registradas em função do calor, no entanto, de forma irregular. 

É a partir de sábado (10) que o tempo deve virar, com a formação de uma nova frente fria na Argentina que deve permanecer em atuação no Estado até a segunda-feira (12). A chuva, de maneira significativa, acontece entre o domingo (11) e a segunda, devido a associação da frente fria a um sistema de baixa pressão. Os volumes de chuva devem variar entre 30 e 40 mm, o que deve amenizar as temperaturas na próxima semana, sem a perspectiva de mais registros de chuva. 

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