Parte da safra de pêssegos foi prejudicada pelo tempo

Sem frio no inverno, brotação ocorreu antes dos previsto, deixando parte da produção comprometida

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Safra de pêssegos de Loristan Cecatto é afetada pelo climaSafra de pêssegos de Loristan Cecatto é afetada pelo clima
Safra de pêssegos de Loristan Cecatto é afetada pelo clima
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 O consumidor que vai com frequência ao mercado e a fruteira, já deve ter observado que nos últimos dias estão aparecendo mais pêssegos disponíveis e um pouco adiantados para época do ano.

O produtor de São João da Urtiga, Loristan Cecatto, um dos fornecedores de pêssegos comercializados nas fruteiras da cidade, explica que a safra está prejudicada pelo tempo. “Esse ano foi muito ruim para fruta, especialmente o pêssego, porque houve muita variação de temperatura, não deu inverno e foi um ano muito chuvoso, então na florada e na colheita deu muita chuva, pouco sol e o pêssego não amadurece, não pega cor”, comenta.

Conforme Cecatto, com as dificuldades do tempo acabou ocorrendo quebra na safra. “A produção deu quebra de 80% e a safra é pequena. Tenho 4 mil pés de pêssegos de quatro tipos diferentes. Ano passado foi ruim porque deu geada em setembro, aí prejudicou e, nesse ano, a questão das chuvas e do pouco frio, então a tendência é que para o consumidor não fique mais barato o preço do pêssego”, explicou.

De acordo com a engenheira agrônoma e técnica da Emater regional, Joana Hanauer, não houve brotação de forma uniforme devido ao clima. “Por conta que não teve frio mesmo no inverno, teve duas geadas, mas foram bem fracas, acelerou a produção, além disso, ela vem bem menor que o normal. O pêssego precisa de temperaturas abaixo de 7,2 graus. Quando ele não acumula horas de frio, atrapalha a produção, diminuindo a quantidade de frutos que vai ter no final”, disse.

O Rio Grande do Sul é referência no Brasil no cultivo de frutas com caroço, sendo responsável por 100% do pêssego em calda fabricado no Brasil.

Safra vai variar de acordo com a região

O estado produz cerca de 60% dos pêssegos no país, sendo a região da serra e de Pelotas onde se encontram os principais produtores. Na região norte, há alguns pomares, como do Evandro Carlos Zanoni de Getúlio Vargas, que possui uma produção pequena e tem a expectativa de comercializar no município seu produto. “Tenho meio hectare com pés de pêssegos plantados, faltam ainda uns 10 dias para eu começar a colher, por ser em um lugar alto, não tive muito problema com o tempo e espero colher bem”, conta.

Conforme Evandro, seu pomar conta com quatro variedades de pêssegos. “ Trabalho com horta, como estamos só eu e a mulher com as crianças pequenas, tivemos dificuldade de encontrar pessoal para ajudar na horta. Então resolvemos diversificar a produção com os pés de pêssegos”, disse.

Momento certo

A colheita do pêssego deve ser iniciada imediatamente após os frutos terem atingido o seu ponto ideal de maturação, mas se o tempo não contribui a qualidade e a durabilidade pós-colheita acabam afetadas, influenciando no comportamento das frutas durante o armazenamento e a comercialização.

As frutas muito verdes amaciam muito lentamente e de maneira desuniforme. Além disso, a fruta imatura não desenvolve bom sabor, desidrata mais facilmente.

Fotos: Divulgação

 


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