Disparam os casos de ferrugem asiátia nas lavouras do RS

Registros da doença saltaram de sete na safra passada, para 88 neste ano, atingindo, inclusive, a região de Passo Fundo

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A doença está presente nas lavouras da região de Passo Fundo
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Com as lavouras de soja em pleno desenvolvimento em todo o território do Rio Grande do Sul, a incidência de doenças têm preocupado os produtores rurais. Neste ano, dispararam o números de casos de ferrugem asiática nas lavouras. A situação é preocupante, incluíndo lavouras da região de Passo Fundo.

 

Neste mesmo período do ano passado, eram sete casos registrados no território gaúcho. Nesta safra, o número saltou para 88, segundo o levantamento do Consórcio Antiferrugem, que é uma parceria público-privada no combate à ferrugem asiática da soja.

 

Todas as regiões são afetadas 

 

Elder Dal Prá, Coordenador Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, diz que, quando se trata de ferrugem asiática, não há como fazer uma divisão geográfica de maior ou menos incidência, ou trabalhar com números isolados de cada região.

Ele explica que isso acontece pela forma de disseminação da doença, que espalha seus fungos por meio do vento. Porém, ele enfatiza que o panorama é de aumento da doença em todas as regiões, do Rio Grande do Sul, inclusive em Passo Fundo. Mesmo que os dados do Consórcio indiquem 88 casos até esta terça-feira (6), há possibilidade de mais casos, que ainda não chegaram ao conhecimento do Consórcio. “O cenário que se encontra na região de Passo Fundo é o mesmo de todas as regiões do Estado”, diz ele.

 

Fatores que facilitam a proliferação da doença

 

Para o especialista, o principal fator de aumento no índice da doença, foram as condições climáticas favoráveis, que são muito diferentes se comparadas a outras safras. “Na safra passada tivemos a incidência do La Niña, que apresentou condições adversas para a soja e também para o desenvolvimento da doença. Na atual safra, o panorama é oposto, o El Niño traz precipitações acima da média, temperaturas amenas, e grandes períodos de molhamento foliar, e assim, há um favorecimento a incidência da doença no campo”, enfatizou.

Outra situação destaca por Elder, que é a soja foi semeada um pouco mais tarde em comparação aos outros anos, e por isso, os especialistas consideram que a doença está ocorrendo de forma antecipada. A principal consequência disso, é que podem ser registrados mais ciclos da doença nesta safra, e por consequência, causar mais prejuízos.

 

Prejuízos

 

A doença é considerada extremamente prejudicial à planta. Caso não seja tratada, e se chegar a casos extremos, algumas lavouras podem registrar até 90% de perdas.

Elder explica que a ferrugem asiática ataca diretamente a planta, e que isso traz como consequência um impacto a produção de grão menores. “Os grãos ficam com diametro e peso menores” enfatiza. Se não houver controle, o prejuízo é muito grande, porém, os produtores rurais estão alertas para esta situação e já entrando nas lavouras com o tratamento necessário. O combate correto da doença ameniza de forma significativa as perdas de produtividade.

Como as lavouras ainda estão em desenvolvimento e os produtores fazendo os tratamentos necessários para combater a doença, as perdas não devem ser extremas. “Hoje não é possível mensurar o impacto, porque vai depender de como cada produtor vai realizar o manejo, mas certamente algum prejuízo na produtividade deve acontecer”, destaca ele.

Neste momento, os produtores estão sendo orientados a seguir o direcionamento da assistência técnica, que utiliza diferentes estratégias para combater a doença, o que resulta em um controle mais eficaz.

 



O que é a Ferrugem Asiática

 A ferrugem asiática é uma das doenças da soja que mais preocupa os sojicultores devido ao seu alto poder destrutivo.

Causada por um fungo, é uma doença que teve origem na Ásia e surgiu pela primeira vez no Brasil, no estado do Paraná, durante a safra 2001/2002.

Hoje a ferrugem asiática pode ser encontrada em lavouras de todo o Brasil, devido a facilidade de disseminação de seu fungo causador.

O ciclo de contaminação de uma lavoura pela ferrugem geralmente começa pela contaminação de esporos trazidos pelo vento de uma área vizinha, com a disseminação dos esporos produzidos nas plantas que serviram como hospedeiras durante a entressafra.

Os esporos são levados pelo vento e depositados nas folhas da soja. Em condições favoráveis de temperatura e molhamento foliar, os esporos germinam e o fungo penetra na folha rompendo a epiderme para colonizar os tecidos.

 Fotos: Divulgação/ON 

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