O trigo, considerada a principal cultura de inverno na região de Passo Fundo, está com uma estimativa de área plantada de 115.860 hectares. Segundo levantamento da Emater RS Ascar, a projeção é de que mais de 40% desta área está implantada. Segundo o Gerente Regional da Emater, Dartanhã Luiz Vecchi, isso representa uma previsão de redução de área na região de Passo Fundo de 16,10%.
A redução não é uma realidade somente da região de Passo Fundo, mas pode ser observada em todo o estado do Rio Grande do Sul. Os dados do RS foram apresentados pelo diretor técnico da Emater, Claudinei Baldissera, que ressaltou que a área cultivada de trigo está projetada no território gaúcho em 1.312.488 hectares, em 407 municípios, sendo 12,84% inferior à área de 2023, que foi de 1.505.807 (IBGE). "Essa redução na área de plantio é justificada pelos baixos preços do cereal, pelos riscos climáticos e pela frustração econômica da última safra", ressaltou Baldissera.
Dartanhã destaca que além do trigo, os produtores da região de Passo Fundo também estão apostando em outras cultivares parasafra de inverno. Nos 42 municípios da Regional da Emater de Passo Fundo, a aveia branca está com uma área estimada de 44.330 hectares, sendo considerada a segunda maior área plantada com estimativa de implantação para o estado do Rio Grande do Sul. Além dela, também estão sendo implantadas lavouras de Canola, com estimativa de 6.003 hectares na região de Passo Fundo, e a Cevada 6.615 hectares.
O Rio Grande do Sul deve produzir 4.068.852 toneladas de trigo na Safra de Inverno 2024, o que representa um aumento de 55,27% em relação à safra frustrada de 2023, que totalizou 2.620.493 toneladas (IBGE).
Maior produtividade
Segundo dados da Emater/RS-Ascar, a produtividade prevista para o trigo é de 3.100 kg/ha, o que representa elevação de 77,04%, quando comparada aos 1.751 kg/ha obtidos na safra anterior. Apesar das chuvas e do excesso de umidade no solo, o período é de semeadura do trigo e das culturas de inverno, como aveia branca, canola e cevada. No trigo, por exemplo, houve um baixo incremento na área semeada, estimada em 60% da projetada para o Estado.
A emergência do trigo não está uniforme em todas as lavouras, variando conforme o impacto e o volume das chuvas que ocorreram após a semeadura. Nas áreas com maiores volumes de precipitação, houve escorrimento superficial, carreando sementes e solos, além de acúmulo de terra sobre os sulcos de semeadura, o que provocou irregularidade no estande de plantas. Já as lavouras implantadas mais precocemente iniciaram a fase de perfilhamento e recebem tratos culturais, incluindo o controle de plantas invasoras e a adubação nitrogenada em cobertura.