A região de Passo Fundo vive um momento importante para suas principais culturas agrícolas, com a colheita do trigo em andamento, o plantio da soja iniciado e a semeadura do milho em fase final. Em outras regiões do estado, onde a colheita do trigo está mais avançada, estão sendo registradas perdas. Em Passo Fundo, até o momento, não se pode ter certeza dos impactos causados pelas chuvas que atingiram a região há 15 dias. A expectativa dos agricultores é de uma boa colheita.
Colheita do Trigo
Neste ano, a área cultivada de trigo na região alcançou 115 mil hectares. Até o momento, apenas 5% da safra foi colhida, enquanto 55% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos e 40% prestes a serem colhidas. Oriberto Adami, engenheiro agrônomo e supervisor microrregional da Emater/RS-Ascar, ressalta que, apesar dos problemas causados pelo excesso de chuva nas últimas semanas, o potencial produtivo do trigo se mostra promissor, com expectativas de rendimento entre 55 e 60 sacas por hectare.
Embora a qualidade do grão esteja aceitável, a incidência de doenças como giberela e brusone, favorecidas pela umidade excessiva, pode impactar a produtividade. Adami destaca que, em comparação com outras regiões do estado, Passo Fundo apresenta um ciclo de cultivo um pouco mais atrasado, o que pode ter contribuído para uma menor perda de qualidade. No entanto, um panorama mais preciso só será possível após a colheita avançar e atingir entre 50% e 60%.
Plantio da Soja
A cultura da soja também apresenta um cenário otimista. O plantio começou no último fim de semana, com um aumento na área cultivada de aproximadamente 3%, totalizando 650 mil hectares. Adami informa que as condições do solo estão favoráveis, com umidade adequada e previsões de chuvas regulares. A expectativa é que, em 10 a 15 dias, praticamente toda a área esteja plantada, considerando que cerca de 90% da área agricultável da região é dedicada a essa cultura.
Milho e os desafios climáticos
Para a cultura do milho, a situação é um pouco mais complexa. A área plantada sofreu uma redução de 11% em relação à safra anterior, totalizando 65 mil hectares. Atualmente, 90% dessa área já foi semeada, com 80% das plantas em desenvolvimento vegetativo. Contudo, a cultura depende fortemente de chuvas regulares, especialmente durante os meses de floração e espigamento, que exigem um maior consumo de água.
Adami ressalta que, se o clima colaborar, a expectativa é de uma boa safra de milho. A relação entre o tempo e a saúde das lavouras será crucial para garantir uma produção estável na região.