Colheita do milho na região apresenta produtividade acima da média

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Lavouras de soja dependem de mais chuvas nas próximas semanas para minimizar perdas Lavouras de soja dependem de mais chuvas nas próximas semanas para minimizar perdas
Lavouras de soja dependem de mais chuvas nas próximas semanas para minimizar perdas
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Com 70% das lavouras de milho colhidas na região de Passo Fundo, até o momento, os resultados têm sido positivos, superando as expectativas iniciais. De acordo com o supervisor regional da Emater, Oriberto Adami, as lavouras precoces, plantadas em setembro, apresentam produtividade elevada, chegando a 12 ou até 13 toneladas por hectare em algumas áreas. A média regional, que geralmente gira em torno de 9 toneladas por hectare, tem sido ultrapassada em muitos casos. "Para o milho, as lavouras precoces receberam chuvas em momentos adequados e concluíram seu ciclo sem maiores problemas. Algumas áreas plantadas no final de novembro e dezembro enfrentam um cenário mais desafiador devido à irregularidade das chuvas, mas são minoria. No geral, a safra de milho pode ser considerada boa", avalia Adami.

Área de plantio reduzida

No entanto, um fator preocupante apontado pelo coordenador é a pequena área cultivada com milho na região. Atualmente, apenas 10% dos 720 mil hectares cultivados na região são ocupados por essa cultura. "O ideal seria que tivéssemos ao menos 20% a 25% de área cultivada com milho para garantir uma alternativa viável e promover uma rotação de culturas mais eficiente com a soja", ressalta Adami.

Quebra na produtividade da soja varia conforme a região

Se o milho tem apresentado bons resultados, a situação da soja é mais complexa e depende fortemente da distribuição das chuvas. Segundo Adami, as lavouras precoces já colhidas registraram perdas significativas, entre 20% e 25%, chegando a até 50% em algumas áreas mais afetadas pela estiagem. "Temos acompanhado colheitas em que a produtividade, que deveria estar entre 3.700 e 3.800 quilos por hectare, ficou na casa dos 3.000 quilos. Em algumas regiões que receberam chuvas espaçadas, os produtores conseguiram manter uma produção de 60 sacas por hectare, enquanto outros, que tiveram menos precipitações, viram sua produtividade cair para 40 sacas", explica.

Chuvas

A chuva da última semana teve um papel fundamental para amenizar o cenário de perdas, estabilizando a produtividade nas áreas que ainda estão em enchimento de grãos. No entanto, a soja ainda depende de mais precipitações regulares nas próximas semanas para evitar perdas mais acentuadas. "Para manter esse quadro estável, precisaríamos de chuvas de 30 a 40 milímetros semanais pelos próximos 20 a 30 dias. As previsões não são tão otimistas, mas estamos na expectativa de que novas precipitações possam amenizar ainda mais os impactos da estiagem", detalha Adami.

Perspectivas para a colheita da soja

A colheita da soja está apenas começando, com cerca de 1% a 2% da área já colhida. A tendência é que o processo se intensifique a partir da segunda quinzena de março, alcançando o pico entre os dias 15 e 20 do próximo mês. "As lavouras que já foram colhidas são justamente aquelas que mais sofreram com a estiagem, o que explica as perdas observadas. Mas, para a maior parte da área plantada, que ainda está na fase de enchimento de grãos, a situação depende diretamente das chuvas que virão nas próximas semanas", afirma Adami.

No geral, a expectativa é de que a perda média para a soja fique entre 25% e 30%. No entanto, há uma grande variação regional, com produtores registrando perdas mais leves, na casa dos 15%, enquanto outros enfrentam reduções de até 50%.

Cenário geral

O balanço inicial da safra na região de Passo Fundo mostra um cenário misto: o milho apresenta bom desempenho, mas ocupa uma área reduzida, enquanto a soja enfrenta desafios devido à irregularidade das chuvas. "A última chuva foi um alívio, mas ainda estamos em uma situação vulnerável. Se nos próximos dias não houver precipitações significativas, a soja pode enfrentar perdas ainda maiores", alerta Adami.




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