Sarkozy quer que Brasil participe de negociações econômicas e do Conselho de Segurança da ONU

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Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil


O presidente da França, Nicolas Sarkozy, defendeu hoje (7) que o Brasil integre as principais negociações econômicas internacionais e também passe a fazer parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Em cerca de meia hora de discurso, ele citou o Brasil sete vezes. Para ele, a presença brasileira em negociações é fundamental. “É indispensável para resolver várias questões que o Brasil e a Índia, por exemplo, estejam presentes.”
Sarkozy abriu os debates do simpósio Novo Mundo, Novo Capitalismo, organizado pelo Ministério da Imigração, Integração, Identidade Nacional e do Desenvolvimento Solidário da França, realizado pela manhã Paris. O discurso do francês foi acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e vários observadores brasileiros.
Segundo o presidente francês, a nova ordem mundial exige “mudanças na atual arquitetura econômica”. Para Sarkozy, o G20 (que reúne os países em desenvolvimento) tem demonstrado um trabalho exemplar ao contrário do G8 (que engloba os países mais industrializados e desenvolvidos do mundo, além da Rússia). “O G8 é ridículo”, disse ele.
Em relação à reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Sarkosy disse que neste ano a mudança deve ocorrer e que deve haver um assento permanente destinado ao Brasil. Atualmente o Brasil ocupa uma vaga temporária – até 2012 -, mas o esforço do governo brasileiro é para ser designado para um assento permanente.
O Conselho de Segurança reúne 15 países – dos quais cinco têm assento permanente. Os demais ocupam por dois anos vagas provisórias. O esforço das autoridades brasileiras é para que uma reforma amplie para 25 o número de vagas no órgão – uma para a América Latina, a África e o Leste Europeu e duas para a Ásia.
O discurso de Sarkozy ocorre no momento em que o Brasil vai definir sobre a compra de 36 caças. A venda das aeronaves envolve um consórcio francês – o Rafale International, liderado pela empresa Dassault – e mais dois concorrentes – um sueco e outro norte-americano. A disputa envolvendo o negócio divide os militares e setores do governo brasileiro.
De acordo com informações atribuídas ao Comando da Aeronáutica, o ideal seria comprar o caça Gripen NG, da empresa sueca Saab. Os aviões suecos seriam adequados para a renovação da frota aérea nacional. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria manifestado simpatia pela compra dos caças franceses.
Segundo Amorim, o assunto será definido por Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim. De acordo com o chanceler, a decisão é política e não apenas técnica. No passado, o presidente Lula afirmou que também consideraria a questão estratégica para definir o tema.

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