Militar brasileiro no Haiti diz que maior medo agora é com a violência

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 O segundo-sargento da enfermaria Ricardo Moreira da Silva, no Haiti há seis meses junto com a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), informou à família que a situação no país é caótica depois do terremoto de terça-feira (12). "Não aconteceu nada com ele, pois na hora ele saiu para jogar volei", contou hoje (15) à Agência Brasil o irmão do segundo sargento, o professor Marcelo Moreira da Silva, ao relatar o contato que Ricardo fez ontem (14) com a família, em Lins, interior de São Paulo.

O militar contou que o chão continua tremendo no país. "Ele disse que parece uma gelatina, mas que no momento o maior medo não é um novo terremoto e sim a violência: estão ocorrendo muitos saques, as pessoas estão desesperadas", relatou.

O professor disse também que o militar, que trabalha como enfermeiro, está há três dias usando a mesma roupa. "O exército está dando tudo. Para eles, não falta água ou comida. Mas a vontade de ajudar é tanta que todos estão há três dias sem dormir praticamente, trabalhando sem parar", disse. "Eles não têm onde dormir e estão descansando embaixo de uma árvore: meu irmão disse que quando eles se deitam, ouvem o choro das vítimas ou dos parentes e não conseguem parar, voltam ao trabalho para ajudar", completou.

Silva afirmou que o irmão está disposto a continuar ajudando o povo haitiano: "Ele disse que só deixará o Haiti quando mandarem, porque tem muita gente para atender, muito trabalho a fazer. A força da vontade de ajudar é maior do que tudo", ressaltou.

Agência Brasil

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