Crianças do 2° ano do ensino fundamental da rede pública devem participar até abril da terceira edição da Provinha Brasil. O teste foi criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2008 e tem como principal objetivo avaliar as habilidades de leitura e escrita de crianças matriculadas nessa série. Dados divulgados em 2008 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontavam que 1,3 milhão de meninos e meninas entre 8 e 14 anos não sabiam ler e escrever. Desse total, mais de 84% frequentavam a escola.
Diferentemente de outras avaliações aplicadas pelo ministério, a Provinha Brasil não resulta em um ranking e as notas dos alunos, escolas ou municípios não são divulgadas. O objetivo é que o professor possa identificar, ainda no início do ano letivo, quais são as deficiências dos seus alunos. Ao final do ano, um outro teste deve ser aplicado para medir essa evolução.
“A prova vem com um gabarito e os resultados são divididos em níveis de 1 a 5. No início do ano, o ideal é que grande parte da turma esteja entre os níveis 3 e 4. Em novembro, elas devem atingir os níveis 4 ou 5. Se a turma estiver no nível 1 ou 2, o professor recebe uma publicação dizendo o que ele deve fazer para que garanta a alfabetização daquela criança sem reprovação”, explica a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.
Para medir o nível de alfabetização desses alunos, a prova, que é elaborada por um grupo de universidades federais, traz questões que avaliam se a criança sabe diferenciar números de letras, ler palavras pequenas ou interpretar textos curtos. Uma das questões da Provinha Brasil de 2009, por exemplo, trazia o desenho de um jacaré e perguntava qual das palavras de uma lista começava com a mesma sílaba: galinha, janela, chácara ou jiboia.
Aplicar a prova é uma decisão de cada escola, que também tem autonomia para decidir como e quando seus alunos farão os testes. O MEC envia os kits para todas as secretarias de Educação. Os gestores municipais e estaduais também podem acessar o material no site do ministério.
“A gente cria muito pouco entrave justamente para aumentar a participação, evitamos qualquer condição, como por exemplo a escola ter que repassar os resultados da provinha para a gente”, explica Pilar.
De acordo com pesquisa realizada pelo ministério, 66% das secretarias que aplicaram a Provinha Brasil tinham algum sistema de análise e acompanhamento dos resultados dos seus alunos. Mais de 90% disseram acreditar que o exame ajudou no planejamento do professor.
“Não tem divulgação de resultado nem ranking porque a preocupação é garantir a alfabetização da criança. O foco não está no uso da prova só para avaliar os alunos, mas para que o professor reflita sobre suas práticas”.
Mais informações sobre a Provinha Brasil estão disponíveis no site do MEC.
*Com informações da Agência Brasil