Em uma ação inédita no mercado financeiro nacional, o empresário Silvio Santos deu como garantia para obter empréstimo junto ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito) as suas 44 empresas, entre elas a rede de televisão SBT, a fabricante de cosméticos Jequiti, as lojas do Baú da Felicidade e a Liderança Capitalização.
O aporte de R$ 2,5 bilhões foi feito para salvar o Banco PanAmericano, também do Grupo Silvio Santos, envolvido em um suposto esquema de fraude financeira que teria resultado em um rombo na instituição.
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira, o Banco Central informou que "em sua rotina de supervisão do sistema financeiro, detectou inconsistências nos registros contábeis do Banco PanAmericano."
Silvio Santos detém 51% do capital votante do PanAmericano. O restante está nas mãos da CaixaPar, subsidiária da Caixa Econômica Federal, que em dezembro do ano passado deu início ao processo de aquisição das ações do banco.
A operação custou R$ R$ 739 milhões e foi concluída em julho deste ano, após manifestação favorável do Banco Central. Por ser acionista minoritário, a Caixa não responde pela gestão e, portanto, não tem obrigação de pagar pelo desequilíbrio contábil da instituição.
O empresário terá 10 anos para devolver o resgate concedido pelo FGC, entidade formada pelos bancos brasileiros. Ele terá, ainda, carência de três anos para iniciar o pagamento do empréstimo, feito por meio de debêntures e remunerado pelo IGP-M. De acordo com o BC, o socorro ocorreu por meio de uma operação financeira privada e não contou com recursos públicos.
O presidente do conselho do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, afirmou que é a primeira vez que um empresário se dispõe a entregar todas as empresas para pagar um empréstimo. "Nunca vi um empresário se colocar nessa situação. A disposição de entregar seu patrimônio é inédita", afirmou.
Com informações do site Yahoo