Ao apresentar dados sobre a violência contra as mulheres em um site voltado para jovens e profissionais de direito e da Justiça, o Fundo das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) espera ampliar o debate sobre a Lei Maria da Penha. “Nós queremos, por meio desses portais, colocar à disposição do público informação qualificada e também promover uma ampla discussão sobre a lei”, disse hoje (22) a gerente de Programa da organização, Júnia Puglia.
O portal, chamado Violência contra as Mulheres – Quebre o Ciclo (www.quebreociclo.com.br), será lançado amanhã (23), na Estação Pinacoteca, em São Paulo. O site estará disponível a partir do meio-dia. A ação faz parte das campanhas mundiais Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres, convocada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e Diga Não – Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres, liderada pelo Unifem-ONU Mulheres.
Júnia Puglia afirmou que a Lei 11.340/2006 ainda precisa ser mais bem aplicada e compreendida. “Nós entendemos perfeitamente que haja dificuldades de compreensão dessa lei porque ela lida com situações que são culturalmente e historicamente importantes no nosso país, não só aqui, como a diferença nas relações de poder entre mulheres e homens nas relações afetivas. São temas delicados e a gente está entrando na vida das pessoas quando fala disso.”
Ele lembrou que a violência contra a mulher não acontece com maior frequência entre as classes mais baixas. “Não é verdade que a violência entre as mulheres é maior, ou mais disseminada, entre os grupos menos favorecidos, entre os mais pobres. A violência contra as mulheres está presente os todos os segmentos sociais, em todos os níveis de renda, em todos os níveis educacionais”.
Segundo dados divulgados pela ONU em outubro deste ano, quase 30% das mulheres do Brasil disseram ter sofrido violência cometida pelo parceiro entre 1995 e 2006. O relatório As Mulheres do Mundo 2010: Tendências e Estatísticas levantou informações de 33 países sobre questões como família, saúde, educação, trabalho, poder e tomada de decisões, violência contra as mulheres e pobreza.
Agência Brasil