Para tornar mais barata e atrativa a divulgação de informações e campanhas da área de saúde pública, o Canal Saúde entrou hoje (21) na era da transmissão digital, como geradora de conteúdo em canal próprio para ser sintonizado por antenas parabólicas. A programação do Canal Saúde é veiculada desde 1994, integrada à grade de outras transmissoras, e também na internet.
De acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, é preciso rediscutir no Brasil a veiculação de informações de qualidade sobre saúde pública nas emissoras privadas que, segundo ele, cobram muito caro pelas inserções. Com a presença maciça de televisores nas casas das pessoas, Temporão considera o Canal Saúde um importante instrumento de educação.
"É um absurdo o governo pagar tão caro para transmitir informações de educação na saúde, pois nem tudo o que a gente vê vale à pena e está correto. É um grande desafio. Diariamente nos defrontamos com desinformação através da grande mídia e da publicidade”, afirmou o ministro, na solenidade de lançamento do canal público, na sede Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), zona norte do Rio de Janeiro.
Durante o lançamento do canal digital, o ministro falou sobre a pressão que mídia brasileira veiculou contra a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) que, para o governo, era fundamental para financiar a saúde no país. “A mídia conseguiu um fenômeno, construindo a consciência política, e a saúde pública perdeu”, disse.
Com o anúncio de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde no governo de Dilma Rousseff, Temporão informou que pretende voltar a dar aulas na Fiocruz. Ele destacou que os dois grandes temas na área da saúde para o seu sucessor são o aperfeiçoamento dos modelos de gestão nos hospitais e o financiamento da saúde pública.
“Como enfrentar o subfinanciamento crônico é uma questão que a sociedade brasileira terá que se deparar inevitavelmente. A atual base de financiamento não permite melhorar a qualidade e expandir os serviços como a população exige”, disse o ministro.
Durante a visita do ministro à Fiocruz, foram assinadas três portarias. Uma delas encarrega o presidente da fundação, Paulo Gadelha, de coordenar os estudos para a criação de um centro de neurociências. Segundo Temporão, a incidência de doenças mentais, como a depressão, é apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos principais desafios para os próximos anos.
As outras portarias transformam o Instituto de Pesquisa Evandro Chagas no Instituto Nacional de Infectologia; e o Instituto Fernandes Figueira passa a ser o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente.
Agência Brasil