Defesa Civil e Bombeiros procuram duas pessoas desaparecidas, vítimas do desabamento de um prédio em Belém, no Pará, no sábado (29). Uma morte foi confirmada no domingo e cerca de 500 pessoas da vizinhança estão desalojadas. O prédio de 32 andares ficava no Bairro Nazaré e estava em fase de acabamento.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros do Estado, os dois desaparecidos eram operários que trabalhavam no momento do acidente. As equipes acreditam eles são Manoel Raimundo da Paixão Monteiro e José Paulo Barros.
Até o momento, foi confirmada a morte de uma mulher, de 67 anos, cujo corpo foi retirado dos escombros por volta das 16h de ontem (30). Ela foi atingida em uma das casas vizinhas ao prédio. O corpo já foi reconhecido pela família e está no Instituto Médico Legal para liberação.
O desabamento atingiu quatro casas e pelo menos seis moradores tiveram ferimentos leves. Existe ainda a suspeita de que o acidente tenha abalado a estrutura dos prédios residenciais próximos à obra.
Segundo a responsável pela Seção de Resposta Rápida a Desastres e Catástrofes do Estado do Pará, Lúcia Medeiros, ainda não foi concluída a perícia nos edifícios vizinhos, que foram evacuados. As mais de 500 pessoas desalojadas estão nas casas de parentes e em hotéis.
“Os edifícios que estão aos arredores já foram liberados para que as pessoas entrem, acompanhados de membros ou da Defesa Civil, da Cruz Vermelha ou do próprio Corpo de Bombeiros. Eles entram, nós damos um prazo de 10 minutos pra que eles possam pegar coisas essenciais e sair do local. Tudo por questão de segurança.”
Equipes e viaturas de todas unidades operacionais do Corpo de Bombeiros trabalham ininterruptamente na busca dos desaparecidos, com a ajuda de cães farejadores.
Dois equipamentos usados para localizar vítimas em acidentes de grandes proporções chegaram a Belém, no início da tarde de ontem, vindos direto do Paraná. Um deles, a almofada pneumática, consegue levantar 66 toneladas de escombros. A outra, denominada Delsar, ajuda a encontrar soterrados com sensores que conseguem detectar até a respiração humana. Segundo o Corpo de Bombeiros, o trabalho de remoção dos escombros deve durar cerca de duas semanas.
Promotores do Ministério Público do estado informaram que o órgão não recebeu nenhuma denúncia referentes a questões estruturais da obra. De acordo com informações do governo do Pará, o proprietário da Construtora Real Class, responsável pelas obras do edifício, negou qualquer irregularidade na construção. O empresário Carlos Lima Paes afirmou que a construtora vai aguardar o laudo sobre as causas do desabamento e que os familiares das vítimas serão indenizados.
Agência Brasil