Em defesa dos direitos humanos e da visão compartilhada com a comunidade internacional sobre o assunto, o Brasil votou hoje (24) favoravelmente ao envio de um relator especial do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) ao Irã. A medida determina uma investigação detalhada de denúncias de violação de direitos humanos. O voto oposto ao que ocorre há dez anos, sempre em favor do Irã, é coerente, segundo a diplomacia brasileira.
Os diplomatas que acompanham o assunto nas Nações Unidas argumentam que o respeito aos direitos humanos é prioridade para a presidenta Dilma Rousseff e que o Irã merece atenção. A mesma justificativa foi usada pela embaixadora do Brasil no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, Maria de Nazaré Farani.
“O Brasil acredita que todos os países, sem exceção, têm desafios a superar na área. A presidenta Dilma Rousseff deixou claro, em seu discurso de posse, que acompanhará com atenção os avanços na situação de direitos humanos em todos os lugares , a começar pelo Brasil”, afirmou a embaixadora.
Mais 20 países votaram como o Brasil. Entre os contrários ao envio de um emissário para o Irã estão Cuba e o Equador. A ordem de encaminhar um relatório para o Irã é uma sinalização da comunidade internacional de que o país deve dar mais atenção ao respeito aos direitos humanos.
Nos últimos dez anos, o Brasil se absteve ou votou contra resoluções que condenavam o Irã. Em junho de 2010, o Brasil e a Turquia votaram contra as sanções impostas pelo Conselho de Segurança em decorrência do programa nuclear iraniano.
De acordo com diplomatas brasileiros, o governo do Brasil, por meio do voto de hoje no conselho, quer estimular o Irã a demonstrar o compromisso de renovar a cooperação com o órgão.
“É motivo de especial preocupação para nós a não observância de moratória sobre a pena de morte , não apenas no Irã, mas em todos os países que ainda praticam a execução de pessoas como forma de punição”, disse a embaixadora.
Agência Brasil