O Laboratório de Genética do Instituto Butantan, desenvolveu uma técnica que faz com que as células extraídas do dente de leite tornem-se células embrionárias. Com essa técnica, os embriões não são mais necessários para a criação de células-tronco. O estudo vem sendo desenvolvido desde 2004 em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).
A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos para doenças motoras, imunológicas, de regeneração de ossos e nervos, na reconstrução de células dos músculos, cartilagem e outros tecidos, além de enfermidades psiquiátricas.
“Como se sabe a criação de células-tronco com embriões implica na destruição dos embriões e não se sabe quem é o dono dessas células embrionárias. Nesse caso, quando a célula é induzida, quer dizer que você pode produzir do seu próprio organismo uma célula igual a embrionária. Com essa célula se contornam muitos problemas éticos”, afirmou a geneticista responsável pela pesquisa Irina Kerkis.
A geneticista ressaltou que a técnica é muito nova no mundo e a partir desse estudo o Brasil entra na lista dos países que dominam o procedimento científico que contava apenas com dois países, os Estados Unidos e a Inglaterra.
Segundo Irina, o objetivo é continuar as pesquisas para avaliar até onde é possível utilizá-la na terapia celular. “Por enquanto isso não é possível em nenhum lugar do mundo, mas vamos começar a testar e comparar seu potencial celular com o que já utilizamos, que é uma célula muito boa”.
Agência Brasil