Nos preparativos para o plano nacional de combate à miséria, o governo detectou pelo menos 16,2 milhões de pessoas vivendo hoje em condições extremas de pobreza. A informação foi dada nesta terça-feira (3), quando o Ministério do Desenvolvimento Social estabeleceu, com base em dados do Censo 2010, o valor de R$ 70 per capita ao mês como referência para definir quem são os brasileiros mais carentes.
Os números, que ajudarão a formular o plano Brasil Sem Miséria, uma das principais bandeiras eleitorais da presidente Dilma Rousseff, indicaram que 8,5% da população nacional contam com renda mensal até R$ 70 – quantia próxima a indicadores internacionais para aferir pobreza extrema, de acordo com a ministra Tereza Campello. Ela afirmou que essa população tem difícil acesso a serviços públicos apesar de ser foco de ações governamentais.
Conforme a linha de extrema pobreza anunciada nesta terça-feira, entre cada dez brasileiros um vive nas piores condições, incluindo aí beneficiários do programa Bolsa Família. O presidente do IPEA afirmou que essa informação ajudará a separar níveis de falta de recurso e focar melhor as políticas.
Meta para 2016
O Ipea já divulgou estudos com previsão de fim da pobreza extrema no Brasil até 2016. Em seu discurso de posse, Dilma afirmou que acabar com a miséria será o foco de sua gestão, até 2014. O principal plano da área social do governo, a ser anunciado nos próximos dias, visará universalizar o acesso a programas de transferência de renda, ampliar e melhorar serviços públicos e capacitar mão-de-obra, com investimentos em saúde e educação.