O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou hoje (9) que o governo do Brasil não pretende assumir o papel de “agência de certificação internacional” no que se refere à morte do líder e fundador da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden.
Segundo ele, o Brasil não opinará sobre a polêmica provocada por autoridades norte-americanas que levantaram dúvidas sobre como o governo paquistanês desconhecia a presença do líder no país.
Garcia disse que o governo da presidenta Dilma Rousseff acompanha atentamente os desdobramentos envolvendo a morte de Bin Laden. Mas ressaltou que, por motivo de “prudência”, o Brasil não entrará no debate entre os governos dos Estados Unidos e do Paquistão. “Não queremos ser uma agência de certificação internacional”, disse.
O assessor especial lembrou que o Paquistão é um país de relevância internacional por vários aspectos, um deles a questão de ser uma potência nuclear. “[Não queremos opinar] sobre a questão da confiabilidade do Paquistão.”
Bin Laden foi morto no último dia 1º por forças especiais dos Estados Unidos, que invadiram a casa onde ele vivia com a família, a 100 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão. A operação foi executada sem a autorização do governo paquistanês. A ação gerou críticas e polêmicas na comunidade internacional, assim como reações de seguidores do líder da Al Qaeda.
Em entrevista ontem (8), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu às autoridades do Paquistão que investiguem a existência de uma possível rede de apoio que ajudava Bin Laden. Para Obama, havia apoio para manter Bin Laden escondido no país. Segundo ele, é necessário descobrir se havia suporte de integrantes do governo ao líder da Al Qaeda.
Com a morte de Bin Laden, aumentaram as especulações se o novo líder da Al Qaeda deve ser o homem que é considerado atualmente o número 2 da rede, Ayman Al Zawahiri.
Na operação que levou à morte de Bin Laden, foram apreendidos arquivos digitais, de áudio e vídeo, além de material impresso, computadores, dispositivos de gravação e documentos escritos à mão. Em meio aos documentos, havia ainda cartas pessoais do líder e de pessoas ligadas a ele.
Agência Brasil