Oxi chega ao Rio Grande do Sul

Entorpecente que oferece mais riscos que o crack se espalha pelo país. Já houve apreensões em todas as regiões brasileiras

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A nova droga que se alastra pelo país e preocupa autoridades nas áreas de saúde e segurança chegou também ao Rio Grande do Sul. A Polícia Civil do estado anunciou nesta quinta-feira que o oxi, uma mistura mais devastadora do que o crack de pasta-base de cocaína, querosene, cal virgem e até ácido de bateria, foi apreendido pela primeira vez na região dos pampas. O entorpecente surgiu na fronteira do Acre com a Bolívia e já havia sido encontrado também no Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e no Paraná.

Uma equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul analisou os 300 gramas da droga apreendidos no dia 25 de abril, em Porto Alegre, e confirmou tratar-se do oxi. A quantidade poderia ser usada para produzir 1.500 pedras da substância. A operação aconteceu  na Vila Mário Quintana, no bairro Rubem Berta, zona Norte de Porto Alegre. Três pessoas foram presas e cerca de R$ 1,2 mil foram apreendidos. 

No último fim de semana, 143 gramas da droga foram encontrados pela primeira vez também em Cascavel, no Paraná. Na segunda-feira, 75 gramas de uma substância com as mesmas características do oxi foram apreendidos ao lado de tubos com bicarbonato de sódio e cálcio em uma casa de Catanduva, interior de São Paulo.

Riscos - O oxi é considerado mais perigoso e letal que o crack por causa de sua composição menos pura e com substâncias pesadas, que atacam o organismo com mais rapidez. A euforia provocada pela droga é duas vezes maior que a da cocaína. Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Redução de Danos em parceria com o Ministério da Saúde constatou que em um ano a droga matou um terço dos usuários de oxi analisados. Para complicar, o acesso à nova droga é mais fácil, já que o preço é menor que o do crack. Enquanto uma pedra da substância mais popular custa cinco reais, a do oxi pode ser vendida a dois reais. 

A maior preocupação dos especialistas que já estudam a droga é com a falta de estrutura para combatê-la, como já ocorre com as outras substâncias. "Quando surge uma droga mais poderosa, mais barata e fácil de produzir, a tendência é que ela se dissemine", comenta o psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ronaldo Laranjeira. "Isso ocorre especialmente porque não se criou no Brasil até agora um sistema eficaz de tratamento de dependentes." 

Fonte: Veja

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