Indignados com o que classificam como “descaso e a paralisia” do governo federal diante dos “graves problemas enfrentados por mais de 230 povos indígenas”, entidades ligadas à Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) decidiram deixar a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI).
A comissão é a principal responsável por organizar a atuação dos diversos órgãos federais que trabalham com os povos indígenas. Ela reúne representantes das organizações regionais indígenas, membros do governo e de organizações indigenistas.
Em nota, a Apib afirma que o rompimento das relações com o governo federal deve durar até que a presidenta Dilma Rousseff e seus ministros recebam os representantes do movimento. Além de definir uma agenda de trabalho, as organizações indígenas querem que o Palácio do Planalto assuma o compromisso de atender às reivindicações apresentadas pelo movimento durante o Acampamento Terra Livre, mobilização que ocorreu 2 e 5 de maio último, em Brasília.
Entre as principais demandas dos índios, estão maior atenção à saúde indígena, o fim da criminalização e da violência contra lideranças do movimento e agilidade no processo de demarcação de terras indígenas.
A Apib também critica a construção grandes empreendimentos em reservas legais sem consulta prévia às populações. Como exemplo, a entidade cidade a Usina de Belo Monte e a transposição do Rio São Francisco.
Criada em 2005, a Apib reúne a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), a Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal e Região (Arpipan), a Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (Arpinsudeste), Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul), a Grande Assembleia do Povo Guarani e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).
Agência Brasil