A pressão dos líderes da base governista surtiu efeito. Na noite de ontem (29), o governo decidiu prorrogar por mais três meses o prazo do decreto que estabelece o pagamento dos chamados restos a pagar - recursos federais destinados a emendas apresentadas por parlamentares para beneficiar estados e municípios e previstos no Orçamento da União. Durante todo o dia, parlamentares aliados se movimentaram para fazer com que o Palácio do Planalto anunciasse a prorrogação.
Para pressionar o governo, a base aliada não votou matéria alguma ontem no plenário da Câmara. Diante disso, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), se reuniu com os líderes governistas para discutir a prorrogação do prazo dos restos a pagar. No encontro, os parlamentares confirmaram sua preocupação com a demora do anúncio.
Ao contrário da maioria dos participantes da reunião, o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), estava otimista. “Estamos aguardando uma posição do governo, acreditando que possamos convencê-lo que isso [a prorrogação do decreto] não vai interferir na inflação e nem no ajuste fiscal”.
No final da tarde, o líder peemedebista se reuniu com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ao chegar à Câmara, ele informou que não haveria votações e que os líderes vão preparar uma agenda de votações para os próximos dias, incluindo a regulamentação da Emenda 29, que prevê mais recursos para a área da saúde, a Medida Provisória (MP) do Imposto de Renda, o Supersimples e a anistia para os bombeiros do Rio de Janeiro. Pouco depois, o Palácio do Planalto anunciou a prorrogação do prazo de pagamento dos restos a pagar.
*Agência Brasil