O Superior Tribunal de Justiça (STJ) pode estar dando muita importância a assuntos “que não tem qualquer interesse para a sociedade”, segundo o presidente da corte, Ari Pargendler. Em encontro reservado com os ministros, no início de setembro, ele propôs uma avaliação do trabalho em cada um dos gabinetes. Os resultados serão apresentados em reunião geral marcada para esta quarta-feira (21).
A ideia de avaliar os gabinetes surgiu após o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, reclamar do atraso de o STJ julgar processos importantes. Como solução, ele propôs que o número de ministros da corte passe de 33 para 66. Na reunião prévia, ocorrida no início do mês, os ministros se mostraram resistentes a aceitar a proposta. Mas, acreditam que Pargendler tem razão sobre a insignificância de milhares de processos que estão congestionando o STJ e querem uma solução para isso.
Os ministros acreditam que o STJ deve dialogar mais com os tribunais para disseminar sua jurisprudência, além de combater ações repetidas e a forte judicialização em alguns tribunais. Dados do STJ mostram que apenas o Rio Grande do Sul responde por mais de 23% dos processos que chegam ao tribunal, seguido por São Paulo (19,8%).
*Agência Brasil