Montadoras defendem incentivos para produzir carro elétrico no Brasil

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Para começar a produção de veículos elétricos no Brasil, as montadoras apontam a necessidade de incentivos do governo, como a redução de tributos. “Para fazer as coisas acontecerem no Brasil, necessitamos de uma parceria com o governo, dando incentivos para permitir que esses veículos entrem [no mercado], sejam acessíveis e atinjam escala suficiente para reduzir os custos”, ressaltou o diretor de desenvolvimento de produtos da Ford na América do Sul, Matt O'Leary, em entrevista à Agência Brasil.

O diretor de engenharia da Mitsubishi no Brasil, Reinaldo Muratori, defendeu que, para viabilizar a fabricação, é prciso um período de adaptação com redução do imposto de importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo ele, é indispensável “testar o mercado” antes de começar uma produção nacional. “O plano da Mitsubishi é, se o governo incentivar a parte dos impostos, a gente pode trazer uma frota razoável, colocar isso em teste e fazer um plano de produção local a médio prazo”, disse após participar de debate no 20º Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade (SAE Brasil), que ocorreu esta semana na capital paulista.

A viabilidade da inclusão dos carros elétricos na matriz brasileira de transportes está em estudo pelo governo. De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, é possível que o país tenha um projeto piloto para o desenvolvimento desse tipo de veículo.

Além do apoio governamental, Muratori destacou que as empresas também terão de apostar na ideia para proporcionar a popularização dos veículos elétricos no país. “A montadora tem que subsidiar uma parte, enquanto se desenvolve maneiras de baratear o carro”, explicou. Mesmo que o IPI e o imposto de importação fossem zerados, um carro elétrico da Mitsubishi, com autonomia de 160 quilômetros, ainda custaria cerca de R$ 100 mil. “O que é caro”, admitiu o executivo.

Os carros híbridos, abastecidos com eletricidade ou combustíveis comuns, podem, no entanto, ser uma maneira mais fácil de os veículos elétricos conseguirem penetração no mercado brasileiro, na opinião de Matt O'Leary. “Costumamos pensar nos híbridos vindo primeiro, como uma maneira de atrair o interesse e trazer o preço para o patamar acessível”, explicou o diretor da Ford.

Os incentivos para importação dos carros elétricos não são a única opção para a implementação desses veículos no país, na opinião do professor de engenharia de produção da Universidade de São Paulo (USP) Roberto Marx. “É uma tecnologia que, a princípio, o Brasil não domina completamente, mas isso poderia ser – com uma orientação mais forte nesse sentido e com incentivos – viabilizada em um espaço não muito longo de tempo

Gostou? Compartilhe