Representantes das indústrias brasileiras e alemãs na 17ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP 17) se reuniram nesta segunda-feira, 5 de dezembro, em Durban, na África do Sul, e demonstraram interesse em trabalhar juntos na agenda de mudanças climáticas. A parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a sua congênere alemã, a Bundesverband der Deutschen Industrie (BDI), já valeria a partir da RIO +20, de 20 a 22 de junho, no Rio de Janeiro, e seria estendida também para as COPs, a partir da edição 18, que será em Doha, no Qatar. O Centro Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) também participou do encontro.
"Existem pontos importantes da agenda do clima que às vezes os negociadores dos nossos países não conseguem acompanhar. Por isso, é importante o setor empresarial preencher essas lacunas", afirmou Stefan Mair, vice-presidente da BDI.
"Temos muitas pontes a construir entre as delegações empresariais. Um exemplo é o direito de propriedade intelectual, que deve ter prioridade na esfera de tecnologia nas negociações de mudanças climáticas", disse Thomas Koenen, diretor-executivo de Clima e Desenvolvimento Sustentável da BDI. Os posicionamentos da CNI e da BDI nesse tema são coincidentes. As duas instituições consideram que o enfraquecimento dos direitos de propriedade intelectual poderá desmotivar as empresas a investirem na criação e na captação de novas tecnologias.
Para a analista de Meio Ambiente da CNI, Paula Bennati, a união do setor empresarial dos dois países também na área de mudanças climáticas (CNI e BDI são parceiras há muitos anos no fortalecimento das relações empresariais entre Brasil e Alemanha) dará musculatura para as negociações nos pontos em que as posições forem coincidentes com as dos respectivos governos.