Ao permitir a continuidade da queda das taxas de juros, as mudanças na remuneração da poupança estimularão a concorrência entre as instituições financeiras, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ao explicar a nova fórmula de cálculo do rendimento, ele declarou que os fundos de investimento terão de reduzir a taxa de administração para manter os clientes.
Segundo estimativas apresentadas pelo ministro, em um cenário em que a taxa básica de juros (Selic) estiver em 8% ao ano, a poupança renderá 5,6% ao ano e um fundo de investimento com taxa de administração de 0,5% do valor investido pagará 5,7% no mesmo período. Caso a taxa de administração seja maior, no entanto, os fundos renderão menos que a poupança. A simulação leva em conta um fundo que paga 100% da variação da Selic e paga Imposto de Renda.
“Os fundos terão de reduzir a taxa de administração para manter os clientes caso os juros básicos continuem a cair”, avalia o ministro. Segundo ele, quando o Banco Central (BC) reduziu a Selic para 8,75% ao ano, em meados de 2010, os bancos tiveram de se adaptar à concorrência.
Para o ministro, a mudança na caderneta também estimulará a redução do custo do crédito em geral. “Minha expectativa é que os bancos, ao captarem poupança a um custo menor, poderão liberar empréstimos também a custos menores. Os bancos querem atrair clientes e, para isso, precisam reduzir o custo financeiro. Essa queda de parte [da remuneração] da poupança vai propiciar recursos para os bancos emprestarem a juros menores”.
O critério atual de remuneração da poupança – de 6,17% ao ano mais variação da Taxa Referencial (TR) – vai ser substituído pela variação da TR mais 70% da Selic, quando a taxa básica de juros chegar a 8,5% ao ano ou menos. Atualmente, a Selic está fixada em 9% ao ano. A alteração valerá apenas para os depósitos feitos a partir da edição da medida provisória. Assim, quem tem uma caderneta de poupança terá o saldo corrigido de duas formas: pelo rendimento tradicional, para o dinheiro guardado até hoje e pela nova regra, para os futuros depósitos.
A mudança na remuneração da poupança vai permitir que o governo continue a baixar os juros sem que os grandes investidores se sintam estimulados a migrar para a poupança e deixem de comprar títulos públicos. Também ampliará o alcance da política monetária, à medida que os aplicadores se sentirão estimulados a guardar dinheiro na poupança quando o BC aumenta os juros básicos e a gastar recursos da caderneta em momentos de queda da Selic.
A dívida pública é uma prática essencial na administração das contas do governo. Por meio da emissão de títulos públicos, o governo pega recursos emprestados de investidores para honrar compromissos de curto prazo. Em troca, o Tesouro Nacional compromete-se a devolver o dinheiro, acrescido de alguma correção, que pode ser definida com antecedência (no caso dos títulos prefixados) ou seguir a Selic, a inflação ou o câmbio.
O melhor investimento
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as cadernetas de poupança serão mantidas como “o melhor investimento financeiro” no país para a grande maioria da população. Segundo ele, a certeza vale inclusive neste momento em que passam a vigorar as regras anunciadas ontem, que podem implicar perda de rentabilidade em comparação ao modelo anterior. “O novo [investidor] também deve investir porque vale a pena”, sugeriu.
Mantega informou que existem cerca de 100 milhões de cadernetas de poupança no país. De acordo com ele, os poupadores atuais “não devem fazer nada”, lembrando que há vantagens nesse tipo de aplicação, como a isenção no pagamento do Imposto de Renda e a possibilidade de saque do dinheiro a qualquer momento, além de “boa rentabilidade”.
O ministro acrescentou que o rendimento tende a ser igual ou até maior do que o obtido por meio dos fundos de renda fixa. Mantega faz palestra no seminário O Brasil 2020: Rumos da Economia, na capital paulista. Participam do encontro enconomistas como o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Porchmann, e o professor da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC) Luiz Gonzaga Belluzzo.
Ao permitir a continuidade da queda das taxas de juros, as mudanças na remuneração da poupança estimularão a concorrência entre as instituições financeiras, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ao explicar a nova fórmula de cálculo do rendimento, ele declarou que os fundos de investimento terão de reduzir a taxa de administração para manter os clientes.
Segundo estimativas apresentadas pelo ministro, em um cenário em que a taxa básica de juros (Selic) estiver em 8% ao ano, a poupança renderá 5,6% ao ano e um fundo de investimento com taxa de administração de 0,5% do valor investido pagará 5,7% no mesmo período. Caso a taxa de administração seja maior, no entanto, os fundos renderão menos que a poupança. A simulação leva em conta um fundo que paga 100% da variação da Selic e paga Imposto de Renda.
“Os fundos terão de reduzir a taxa de administração para manter os clientes caso os juros básicos continuem a cair”, avalia o ministro. Segundo ele, quando o Banco Central (BC) reduziu a Selic para 8,75% ao ano, em meados de 2010, os bancos tiveram de se adaptar à concorrência.
Para o ministro, a mudança na caderneta também estimulará a redução do custo do crédito em geral. “Minha expectativa é que os bancos, ao captarem poupança a um custo menor, poderão liberar empréstimos também a custos menores. Os bancos querem atrair clientes e, para isso, precisam reduzir o custo financeiro. Essa queda de parte [da remuneração] da poupança vai propiciar recursos para os bancos emprestarem a juros menores”.
O critério atual de remuneração da poupança – de 6,17% ao ano mais variação da Taxa Referencial (TR) – vai ser substituído pela variação da TR mais 70% da Selic, quando a taxa básica de juros chegar a 8,5% ao ano ou menos. Atualmente, a Selic está fixada em 9% ao ano. A alteração valerá apenas para os depósitos feitos a partir da edição da medida provisória. Assim, quem tem uma caderneta de poupança terá o saldo corrigido de duas formas: pelo rendimento tradicional, para o dinheiro guardado até hoje e pela nova regra, para os futuros depósitos.
A mudança na remuneração da poupança vai permitir que o governo continue a baixar os juros sem que os grandes investidores se sintam estimulados a migrar para a poupança e deixem de comprar títulos públicos. Também ampliará o alcance da política monetária, à medida que os aplicadores se sentirão estimulados a guardar dinheiro na poupança quando o BC aumenta os juros básicos e a gastar recursos da caderneta em momentos de queda da Selic.
A dívida pública é uma prática essencial na administração das contas do governo. Por meio da emissão de títulos públicos, o governo pega recursos emprestados de investidores para honrar compromissos de curto prazo. Em troca, o Tesouro Nacional compromete-se a devolver o dinheiro, acrescido de alguma correção, que pode ser definida com antecedência (no caso dos títulos prefixados) ou seguir a Selic, a inflação ou o câmbio.
O melhor investimento
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as cadernetas de poupança serão mantidas como
“o melhor investimento financeiro” no país para a grande maioria da população.