O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu na sexta-feira, na capital paulista, que o crescimento de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre do ano - igual ao último trimestre do ano passado - só não foi maior devido ao fraco desempenho da agropecuária, que caiu 7,3%. Concorreu para isso, de acordo com o ministro, a perda de safra em diversas culturas importantes. "Isso aconteceu por conta da quebra da safra de soja, arroz e fumo. Tudo isso ligado a fatores sazonais”, disse.
Mantega ressaltou o crescimento da indústria de 1,7% com relação ao último trimestre do ano passado.
"Principalmente a indústria de transformação, que cresceu 1,9%, e eu considero isso uma boa notícia, depois de três trimestres negativos. A extrativa mineral não tanto, porque houve problema com o minério de ferro". Para Mantega, os resultados da indústria significam que as medidas tomadas pelo governo têm surtido o efeito esperado e farão o setor alcançar melhores resultados em 2012.
O ministro elogiou ainda o setor de serviços, que registrou elevação de 0,6% no trimestre. Na avaliação do ministro, a elevação não foi maior porque a intermediação financeira, item que compõe o setor, teve crescimento negativo.
"Intermediação financeira significa lucro dos bancos e financiamentos, que ainda estão precários no país. Nós ainda não conseguimos ter aumento do crédito e redução da taxa de juros suficientes para estimular a economia". Mantega ressaltou ainda o crescimento do consumo das famílias. Segundo ele, o valor de 1% no trimestre é compatível com o crescimento maior do PIB que está sendo observado.
O ministro disse que o consumo das famílias, em conjunto com o consumo da administração pública, que teve alta de 1,5% no trimestre, está estimulando o crescimento maior da economia. "Mantido esse ritmo, deverão propiciar um PIB maior".