Depois de subir apenas 0,2% no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) dificilmente encerrará o ano com o crescimento entre 4% e 4,5% estimado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo especialistas, o PIB tem poucas chances de crescer mais de 3% em 2012, mesmo com a recuperação da economia prevista para o segundo semestre.
O professor Robson Gonçalves, da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo, acredita que a economia brasileira crescerá de 2,5% a 3% neste ano. “Não há mais tempo hábil para tomar medidas que permitam ao PIB crescer mais do que isso”, avalia. Segundo ele, a recente disparada do dólar dificultará a retomada do crescimento. “Atravessamos um cenário de desaceleração com turbulências cambiais”, destaca.
Em princípio, diz o economista, o crescimento do PIB abaixo do esperado facilitaria o controle da inflação e incentivaria o governo a continuar com o ciclo de redução dos juros básicos. A elevação do câmbio nas últimas semanas, no entanto, dificultará essa tarefa porque parte da alta da moeda norte-americana será repassada aos preços. “Não vejo a inflação subindo a níveis preocupantes, mas ela vai parar de cair nos próximos meses, e o Banco Central não poderá continuar a reduzir a taxa Selic [juros básicos da economia]”, alega.
Especialista em políticas econômicas, a professora Leda Paulani, da Universidade de São Paulo (USP), também descarta o crescimento do PIB acima de 3% neste ano. Ela acredita que o governo está no rumo correto ao cortar juros e estimular o crédito e o consumo. Para Paulani, o problema está no fato de que as medidas vieram tarde demais. “Essas medidas levam tempo para surtir efeito. Na verdade, nem os impactos da queda da Selic, que começou a ser reduzida no ano passado, foram sentidos”, declara.
Os dois economistas, no entanto, divergem sobre as causas do baixo crescimento do PIB de janeiro a março. De acordo com Paulani, além de ter iniciado a redução da Selic com atraso, o Banco Central errou na dose ao elevar os juros básicos no fim de 2010. “A relação entre crescimento econômico e preços não é tão direta. A inflação no ano passado foi importada, influenciada pelas commodities [alimentos e minérios com cotação internacional]”, explica. Além disso, ela considera que a equipe econômica avaliou mal a gravidade da crise na Europa.
Gonçalves concorda que as medidas do governo levam meses para terem reflexos sobre a atividade econômica, mas não acredita em erro na condução das políticas fiscal e monetária. Segundo ele, a forte desaceleração na economia deve-se principalmente às turbulências na Europa e nos demais países desenvolvidos. “A incerteza leva os empresários a adiar os investimentos, um dos fatores que mais influenciam o crescimento”, destaca. De acordo com o IBGE, os investimentos, públicos e privados, caíram 1,8% no primeiro trimestre.
O professor da FGV também aponta a elevada inadimplência das famílias como fator que contribui para o travamento do crédito e impede que as reduções de juros promovidas pelas instituições financeiras estimulem o consumo num primeiro momento. “Na verdade, a população está aproveitando as taxas mais baixas para renegociar dívida e sair da inadimplência”, avalia. “De forma secundária, a reorganização do orçamento das famílias também foi responsável pelo fraco desempenho da economia no primeiro trimestre”.
Depois de subir apenas 0,2% no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) dificilmente encerrará o ano com o crescimento entre 4% e 4,5% estimado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo especialistas, o PIB tem poucas chances de crescer mais de 3% em 2012, mesmo com a recuperação da economia prevista para o segundo semestre.
O professor Robson Gonçalves, da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo, acredita que a economia brasileira crescerá de 2,5% a 3% neste ano. “Não há mais tempo hábil para tomar medidas que permitam ao PIB crescer mais do que isso”, avalia. Segundo ele, a recente disparada do dólar dificultará a retomada do crescimento. “Atravessamos um cenário de desaceleração com turbulências cambiais”, destaca.
Em princípio, diz o economista, o crescimento do PIB abaixo do esperado facilitaria o controle da inflação e incentivaria o governo a continuar com o ciclo de redução dos juros básicos. A elevação do câmbio nas últimas semanas, no entanto, dificultará essa tarefa porque parte da alta da moeda norte-americana será repassada aos preços. “Não vejo a inflação subindo a níveis preocupantes, mas ela vai parar de cair nos próximos meses, e o Banco Central não poderá continuar a reduzir a taxa Selic [juros básicos da economia]”, alega.
Especialista em políticas econômicas, a professora Leda Paulani, da Universidade de São Paulo (USP), também descarta o crescimento do PIB acima de 3% neste ano. Ela acredita que o governo está no rumo correto ao cortar juros e estimular o crédito e o consumo. Para Paulani, o problema está no fato de que as medidas vieram tarde demais. “Essas medidas levam tempo para surtir efeito. Na verdade, nem os impactos da queda da Selic, que começou a ser reduzida no ano passado, foram sentidos”, declara.
Os dois economistas, no entanto, divergem sobre as causas do baixo crescimento do PIB de janeiro a março. De acordo com Paulani, além de ter iniciado a redução da Selic com atraso, o Banco Central errou na dose ao elevar os juros básicos no fim de 2010. “A relação entre crescimento econômico e preços não é tão direta. A inflação no ano passado foi importada, influenciada pelas commodities [alimentos e minérios com cotação internacional]”, explica. Além disso, ela considera que a equipe econômica avaliou mal a gravidade da crise na Europa.
Gonçalves concorda que as medidas do governo levam meses para terem reflexos sobre a atividade econômica, mas não acredita em erro na condução das políticas fiscal e monetária. Segundo ele, a forte desaceleração na economia deve-se principalmente às turbulências na Europa e nos demais países desenvolvidos. “A incerteza leva os empresários a adiar os investimentos, um dos fatores que mais influenciam o crescimento”, destaca. De acordo com o IBGE, os investimentos, públicos e privados, caíram 1,8% no primeiro trimestre.
O professor da FGV também aponta a elevada inadimplência das famílias como fator que contribui para o travamento do crédito e impede que as reduções de juros promovidas pelas instituições financeiras estimulem o consumo num primeiro momento. “Na verdade, a população está aproveitando as taxas mais baixas para renegociar dívida e sair da inadimplência”, avalia. “De forma secundária, a reorganização do orçamento das famílias também foi responsável pelo fraco desempenho da economia no primeiro trimestre”.
Agência Brasil