A Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (APROBIO) quer levar o combustível verde a todas as capitais do país. Com esse espírito, representantes da entidade participaram hoje (14/6) do lançamento do Hibribus, ônibus movido a biodiesel e energia elétrica, na Conferência Rio+20, de quarta-feira, 13/6, a sexta-feira da próxima semana, 22/6, no Rio de Janeiro.
No stand da Prefeitura de Curitiba, de 256 m², o presidente, Erasmo Battistella, e o diretor executivo da Associação, Julio Cesar Minelli, defendem que o exemplo da capital do Paraná chegue a todas as cidades sedes da Copa do Mundo de Futebol daqui a dois anos, e também no Rio, com as Olimpíadas de 2016. “Só não precisa esperar até lá para adotar o biodiesel”, brincou Battistella, referindo-se ao caso carioca.
O diretor do departamento de Combustíveis Renováveis, do Ministério das Minas e Energia, Ricardo Dornelles defendeu, em seminário no final de maio, a adoção do biodiesel pelas capitais do país como forma de desafogar a capacidade ociosa da indústria, que supera os 50%.
Hoje na Rio+20 Erasmo enalteceu a iniciativa da municipalidade de Curitiba em mais uma vez ser pioneira na inovação nos transportes públicos coletivos – desde 2009 a cidade mantém a Linha Verde (leia detalhes abaixo) –, e afirmou que “o biodiesel é um dos principais vetores para a introdução da economia verde no conceito de crescimento econômico, assim como o enfoque de desenvolvimento sustentável foi adotado na Rio 92, há 20 anos atrás”.
O prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, destacou a necessidade de incentivos do governo federal para uso do biodiesel nas capitais. Lembrando que é médico, Ducci disse saber bem dos benefícios de menos emissão de gases poluentes para a saúde. “Palavra de médico,” arrematou.
Presente ao lançamento do Hibribus, o deputado federal Jerônimo Goërgen (PP-RS), presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, voltou a sublinhar a importância de o governo enviar logo para o Congresso Nacional a proposta do novo marco regulatório para o setor, que assegurará a continuidade dos investimentos em toda a cadeia produtiva.
Produzido pela Volvo com carroceria da Marcopolo, o Hibribus entra em circulação no segundo semestre do ano no circuito de transporte coletivo, em toda a cidade, nas linhas de bairro a bairro e circular. Seu desenvolvimento consumiu investimentos de US$ 20 milhões. O poder público municipal de Curitiba investirá R$ 26 milhões na compra de 60 veículos do modelo.
Desde 2009 a cidade mantém a Linha Verde, um trajeto de transporte coletivo urbano com 32 ônibus articulados movidos 100% a biodiesel. O ramal está sendo ampliado para que até o final do ano sejam mais de 80 veículos operando desta maneira. Hoje, a Linha Verde transporta 22 mil passageiros por dia, com economia de 20 minutos no tempo de viagem e redução de emissões de 80% de gases poluentes.
Em São Paulo, uma linha de ônibus, a Frota Verde, já circula com 20% de biodiesel misturado no diesel. A prefeitura da cidade já sancionou lei estendendo a medida a todos os ônibus da capital em 2018. Porto Alegre já começou estudos para adaptar sua frota municipal. Passo Fundo, no interior do Rio Grande do Sul, também.