O percentual de brasileiros que possuem um negócio já consolidado no mercado é um dos maiores do mundo. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor2011 (GEM), realizada anualmente pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), mostra que 12% da população possui um negócio em operação há mais de 42 meses. Esse volume coloca o Brasil em quarto lugar no ranking de negócios já consolidados entre os 54 países analisados no levantamento. Nas 27 unidades da federação, são 12 milhões de pessoas com negócios que possuem mais de três anos e meio de atividade.
“A taxa de empreendedores entre os que estão iniciando um negócio é maior nas faixas de escolaridade mais baixas, o que evidencia um caráter de inclusão social, por atrair pessoas mais jovens, portanto, com mais disposição para correr riscos, embora calculados”, diz o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos. A pesquisa mostra que a taxa de empreendedorismo inicial chega a 15% da população adulta com apenas o primeiro grau de ensino. Nesse mesmo grupo, a taxa de empreendedores já estabelecidos é de 7%.
Por outro lado, o percentual de empreendedores estabelecidos é maior nas faixas de escolaridade mais altas. Isso pode estar associado ao fato de que a sobrevivência dos negócios tem relação com o grau de escolaridade dos empreendedores, ou seja, tendem a sobreviver mais os negócios gerenciados por pessoas mais escolarizadas. Segundo a pesquisa, entre os brasileiros que possuem pós-graduação, a taxa de empreendedores estabelecidos é de 16% e a taxa de empreendedores iniciais é de 10%.
Com um curso de Letras incompleto, a paulista Maria Cristina Benatti, de 43 anos, se enquadra nesse perfil de escolaridade mais elevada. Sua empresa, a Brasil Solution Turismo, já está consolidada há sete anos no mercado de turismo receptivo do interior de São Paulo. Em 2005, depois de deixar o cargo de secretária de turismo do município de Serra Negra, Maria Cristina enxergou uma oportunidade de inovação e resolveu investir na própria empresa. Sua intenção não era oferecer um pacote fechado para os clientes, mas customizar os serviços de acordo com o perfil de cada freguês.