A taxa de cheques sem fundos atingiu, no primeiro semestre, o maior patamar para o período dos últimos três anos, ao ficar em 2,07% do total de documentos compensados. O percentual só ficou abaixo do apurado em 2009, quando o índice ficou em 2,3%, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos.
No último mês de junho, o total de documentos compensados pelas instituições financeiras atingiu 72,4 milhões, dos quais 2,02% não tinham fundos. Em maio, o volume compensado ficou em 78,9 milhões, com 2,2% de devoluções, e, em junho do ano passado, em 83,7 milhões, com 1,93% de cheques sem fundo.
Roraima foi o estado que apresentou o maior índice de cheques devolvidos no primeiro semestre, 15%. Em sentido oposto, São Paulo teve a menor taxa, 1,54%.
O economista Carlos Henrique de Almeida, da Serasa Experian, explicou que a movimentação de cheques sem fundos reflete a situação de endividamento da população e está associada um tipo de comportamento do consumidor para driblar o orçamento mais apertado. “O consumidor gastou muito e, para poupar o limite do cartão de crédito, muitas vezes ele recorre aos cheques pré-datados.”
Na avaliação de Almeida, o critério adotado pelo mercado financeiro na concessão de crédito destoa do ideal para manter as finanças pessoais mais saudáveis. O economista lembrou que as instituições levam em conta o comprometimento de 30% da renda, o que, para ele, é um percentual alto. Almeida destacou ainda que alguns consumidores fazem várias operações sem a devida cautela sobre o comprometimento da renda.
Essas distorções de cálculos, na opinião dele, devem ser corrigidas por meio da regulamentação do Cadastro Positivo.
Agência Brasil