A emissão de títulos superior ao resgate fez a Dívida Pública Federal (DPF) apresentar alta em setembro. Segundo números divulgados hoje (22) pelo Tesouro Nacional, o estoque da DPF encerrou o mês passado em R$ 1,904 trilhão, valor 2,02% maior que o montante de R$ 1,867 trilhão, em agosto. O motivo foi que o Tesouro emitiu R$ 61,87 bilhões em títulos, enquanto os resgates ficaram em R$ 38,35 bilhões.
A Dívida Pública Mobiliária Interna (em títulos) subiu 2,09%, passando de R$ 1,788 trilhão para R$ 1,816 trilhão. Os investidores receberam R$ 13,41 bilhões em juros. O reconhecimento de juros ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores (que emprestam dinheiro para que o governo possa rolar a dívida) é incorporada gradualmente ao valor devido. No caso de um investidor que comprou um título por R$ 100 com correção de 12% ao ano, ele receberá R$ 964 ao final de 20 anos. Essa diferença é incorporada mês a mês ao total da dívida pública.
A Dívida Pública Externa cresceu a um ritmo mais moderado em comparação à interna. No mês passado, a dívida do governo brasileiro no exterior totalizou R$ 88,93 bilhões, valor 0,57% maior que os R$ 88,43 bilhões registrados em agosto.
A parcela dos títulos com remuneração prefixada da DPF ampliou-se de 37,37% em agosto para 38,77%, em setembro. Já a participação dos títulos indexados a índices de preços, como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou aumento de 33,35%, em agosto, para 33,91% em setembro. Em contrapartida, os títulos remunerados por taxas flutuantes, como a Selic (taxa básica de juros da economia) tiveram a participação reduzida de 24,68% para 22,79% no mesmo período.
Com taxas definidas com antecedência, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. No entanto, os papéis vinculados à Selic representam mais risco, pois pressionam a dívida para cima, em ciclos de alta dos juros básicos.
O prazo médio da DPF manteve-se estável - em 4,05 anos - de agosto para setembro. O aumento do prazo médio indica uma melhora no perfil da dívida. Prazos mais longos são favoráveis para o Tesouro porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de renegociação (rolagem) da dívida pública. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos com investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o dinheiro com alguma correção, que pode ser definida com antecedência (no caso dos títulos prefixados) ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.
Agência Brasil