O Brasil tem 516 milhões de hectares de florestas, o equivalente a 60,7% do território nacional, ficando atrás apenas da Rússia. A informação consta da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs), divulgada na quinta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse total de 516 milhões de hectares de florestas é composto por áreas destinadas a reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável, terras indígenas, áreas de proteção dos recursos hídricos e do solo, de conservação da biodiversidade em unidades de conservação federais e estaduais, de produção madeireira e não madeireira em florestas nacionais e estaduais e florestas plantadas, de proteção ambiental e áreas ocupadas com florestas.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estima que 31% da superfície terrestre do planeta seja ocupada por florestas habitadas por 300 milhões de pessoas. Delas dependem, de forma direta, 1,6 bilhão de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre.
Silvicultura
Para promover ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de florestas, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 o Ano Internacional das Florestas, período a que se refere a pesquisa do IBGE.
Segundo o estudo, no ano passado, a produção florestal brasileira somou R$ 18,1 bilhões. Desse total, 72,6% de participação da silvicultura (estabelecimento, desenvolvimento e reprodução de florestas), em um total de R$ 13,1 bilhões. A outra parcela, 27,4%, corresponde à extração vegetal (exploração dos recursos vegetais nativos), que somou R$ 5 bilhões.
Silvicultura é a atividade de regeneração e melhoramentos, seja naturais ou artificiais, das florestas, de forma a satisfazer as necessidades do mercado e, ao mesmo tempo, manter e fazer uso racional desse tipo de vegetação.
É crescente a participação da silvicultura na produção madeireira nacional. De um total de 139.969.520 m³ produzidos de madeira em tora, 89.9 % são oriundos das florestas plantadas e apenas 10,1% do extrativismo vegetal. Das 5 478 973 toneladas de carvão vegetal, 75,3% foram produzidos pela silvicultura e 24,7% pela extração vegetal.
Na produção de lenha, entretanto, o extrativismo vegetal colaborou com 42,1%, de um total de 89 315 636 m³, contra 57,9% da silvicultura.
A participação de quatro produtos madeireiros - carvão vegetal, lenha, madeira em tora para papel e celulose e madeira em tora para outros fins - somando R$ 13 bilhões, detém quase a totalidade do valor apresentado pela silvicultura. Os três produtos não madeireiros (folhas de eucalipto, resina e cascas de acácia negra) somam R$ 151,8 milhões.
O valor da produção da madeira em tora da silvicultura somou mais de R$ 8,8 bilhões, divididos quase equitativamente entre a produção para papel e celulose e a destinada a outros fins. A produção de madeira em tora destinada para papel e celulose contribuiu com 60,3% no total obtido pela silvicultura, processo em que todos os produtos madeireiros obtiveram crescimento, destacando-se o carvão vegetal (19,7%).
Desmatamento
A derrubada ilegal de árvores na Amazônia Legal atingiu a menor taxa anual de desmatamento desde que a região começou a ser monitorada pelo governo, em 1988. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente, a expansão da área desmatada caiu de 6,4 mil quilômetros quadrados para 4,6 mil quilômetros quadrados por ano.
Os resultados se referem ao período de agosto de 2011 a julho deste ano, comparado aos 12 meses anteriores. A redução da área registrada por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) representa queda de 27% da área degradada por madeireiros ilegais, na comparação com o mesmo período anterior.
A meta definida pelo governo brasileiro é reduzir a expansão anual da área de desmatamento ilegal da Amazônia para 3,9 mil quilômetros quadrados até 2020. Com o novo índice, fica faltando apenas redução de 4% para que a área ambiental atinja a meta, oito anos antes do prazo.
Os dados mostram que o desmatamento aumentou apenas em três estados. Em Tocantins, a derrubada ilegal de árvores aumentou 33%, chegando a 53 quilômetros quadrados por ano. No Amazonas, a degradação aumentou 29%, chegando a 646 quilômetros quadrados e, no Acre, a ação dos infratores avançou 10% na região, atingindo 308 quilômetros quadrados.
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