A decisão do governo do Acre de decretar estado de emergência social devido à entrada de imigrantes haitianos na região é o tema principal de uma reunião hoje (10), em Brasília, que envolve os ministérios da Justiça, das Relações Exteriores, do Trabalho, do Desenvolvimento Social e da Casa Civil, além da Polícia Federal. O esforço é para adotar medidas que apoiem as autoridades acreanas em relação ao aumento do número de imigrantes e a assistência que será prestada.
O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Eduardo Santos, conversou com o senador Jorge Viana (PT-AC), que apelou ontem (9) às autoridades sobre a tensão existente no estado.
O governador do Acre, Tião Viana (PT), assinou o decreto instituindo o estado de emergência social. Segundo ele, foi a alternativa encontrada para alertar o governo federal sobre o fluxo crescente de imigrantes haitianos que diariamente atravessam a fronteira do Brasil com a Bolívia e o Peru. A maior parte fica concentrada na cidade de Brasileia, a 280 quilômetros de Rio Branco.
O Ministério das Relações Exteriores informou que o governo atua em parceria com as autoridades do Peru e do Equador na busca de soluções para o problema da imigração haitiana. Paralelamente, os adidos policiais brasileiros são orientados a manter a vigilância sobre os chamados coiotes – traficantes de pessoas.
Há cerca de dois anos, o governo do Brasil adotou a política de emitir 100 vistos por dia para os refugiados, especialmente os haitianos. Porém, parlamentares do Acre e o governo do estado informam que o número é insuficiente para conter a entrada deles e pedem providências. Muitos haitianos chegam à região por meio de rotas de tráfico de pessoas.
Segundo o senador Jorge Viana, há grupos de máfia que atuam no tráfico humano para o Brasil. De acordo com ele, há cerca de 1.300 refugiados no Acre. Só em Brasileia 10% da população são imigrantes em situação crítica, inclusive mulheres grávidas. O governo do Acre se diz preocupado também com os imigrantes do Senegal, da República Dominicana e de Bangladesh.
Agência Brasil