O ministro da Presidência [o equivalente à Casa Civil], Juan Ramón Quintana, disse hoje (26) que o senador Roger Pinto Molina deixou o país como um "criminoso comum", já que tem ordem de prisão decretada e uma sentença condenatória de um ano por causar prejuízos econômicos ao Estado boliviano. De acordo com Quintana, o governo brasileiro terá que explicar as circunstâncias de entrada do boliviano no país.
Molina, que liderou a oposição ao governo de Evo Morales, ficou quase 15 meses abrigado na Embaixada do Brasil em La Paz desde que pediu asilo político ao Brasil, alegando perseguição política. O salvo-conduto era negado pelas autoridades bolivianas, que alegavam que o parlamentar responde a processos judiciais no país.
Ontem, o Ministério das Relações Exteriores informou que abrirá um inquérito para apurar as circunstâncias da entrada do senador Molina no país. Pinto Molina chegou nesse domingo ao Brasil pela cidade de Corumbá (MS), onde se encontrou com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
O fiscal-geral interino do Ministério Público da Bolívia, o equivalente a procurador-geral em exercício da Bolívia, Roberto Ramírez, também sinalizou que a instituição pode engrossar a lista de autoridades que querem explicações do governo do Brasil sobre a saída do parlamentar de oposição do território boliviano. Ele explicou que representantes do órgão analisam o caso para identificar quais as providências podem ser adotadas.
Mesmo diante das cobranças ao Brasil, o ministro da Presidência da Bolívia reforçou o discurso de outros representantes do governo boliviano, de que a entrada do senador boliviano Roger Pinto Molina no Brasil não afetará a relação bilateral dos países . Anteriormente, a ministra da Comunicação boliviana, Amanda Dávila,disse que as relações entre a Bolívia e o Brasil serão mantidas em situação de absoluta cordialidade e respeito.
O senador boliviano Roger Pinto Molina deverá conceder entrevista no início da tarde de amanhã (27), no Senado. A agenda foi divulgada pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Ontem (25), Molina agradeceu o apoio da presidenta Dilma Rousseff e da sociedade brasileira.
Agência Brasil