Durante o dia de hoje, a presidenta Dilma Rousseff está em Porto Alegre e lá anunciou investimentos para a o metrô da capital e, ainda, fez um balanço do país após os protestos que movimentaram todo o Brasil em junho. Além da mobilidade urbana, saúde, educação, reforma política e estabilidade econômica fazem parte de um dos pactos anunciados pelo governo em julho e que visam atender as necessidades da população.
Na capital, Dilma comentou que as manifestações não foram tratadas como um problema, mas, sim, como uma forma de entender os desejos da sociedade: “É importante o fato de que o Brasil é um dos únicos países em que manifestações não foram demonizadas e colocadas como um inimigo público número 1. Temos escutado e entendido as vozes das ruas e temos avançado. Para nós, há um resultado importante desse processo de pactuação”, disse Dilma.
Em relação à mobilidade, a presidenta lembrou a falta de investimentos nas últimas décadas. “Os pactos representam, mais do que tudo, uma direção. No caso especifico da mobilidade, é o reconhecimento de que nosso país, há 30, 40 anos, não investia em mobilidade de forma adequada, necessária e sistemática.” Ela enfatizou a importância dos investimentos em metrôs como a forma mais eficiente de transporte nos grandes centros. Essa modalidade, segundo a presidenta, foi improvisada na maioria das cidades.
Outro ponto citado por Dilma como um avanço decorrente das manifestações que ocorreram foi a aprovação, em agosto, do projeto de lei que destina os royalties oriundos da exploração do petróleo à educação e à saúde. “Foi uma grande conquista assegurada por esse momento político. Por duas vezes, mandei para o Congresso a destinação dos royalties e não consegui aprovar”, lembrou. Ainda sobre a saúde, a presidenta agradeceu a aprovação da Medida Provisória (MP) do Programa Mais Médicos pela Câmara, que agora vai à apreciação do Senado. “Agradeço ao Congresso a aprovação da MP, mesmo que não concordemos com tudo, mas com o básico. Queremos que esse processo de entrada dos médicos se acelere e se faça para beneficiar a população que não tem acesso [aos serviços de saúde]", disse.
Em relação à reforma política, a presidenta destacou que a medida depende do Congresso e que é de interesse do país que sejam feitas mudanças no sentido de haver mais transparência. Dilma lembrou as comemorações dos 25 anos da Constituição Federal e disse que, agora, o Brasil é uma democracia experiente que precisa de "ajustamento".
Sobre o último ponto do pacto, estabilidade econômica, a presidenta disse que a inflação está sob controle e que o Brasil tem uma baixa relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) se comparado a outros países. “Em agosto, [a relação dívida/PIB] estava em 33,4%, uma das menores do mudo. O endividamento é bastante baixo”, informou, citando também a taxa de desemprego verificada no país, cerca de 5,3%, que, segundo ela, é uma “situação confortável”.
No evento do qual Dilma participou na capital gaúcha, também estavam presentes os ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário; e da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas; o governador do estado, Tarso Genro; o presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Westphalen (PP); entre outras autoridades.
Com informações da Agência Brasil