A auxiliar de enfermagem Maria de Fátima Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, disse hoje (25) que rejeitou um encontro com o governador Luiz Fernando Pezão, marcado por seus assessores, e que queria mandar um recado para o governador. "Nenhum político vai se projetar em cima da imagem do meu filho. Existem outros crimes iguais ao do meu filho que não foram solucionados até agora, como o da auxiliar de serviços gerais, Claudia da Silva Ferreira, que caiu no esquecimento". Claudia foi morta no dia 16 do mês passado, durante uma operação da Polícia Militar, no Morro da Congonha, em Madureira.
Maria de Fátima voltou a insistir que não vai à sede do governo falar com o governador. "O que eu quero ele não precisa de mim para fazer. Eu quero uma polícia correta e digna na rua e não uma polícia assassina. E não homens armados, tendo a população como inimiga. Eu quero que ela [a polícia] aja com rigor e traga à tona a verdade desse caso".
A mãe de DG questionou novamente a versão que está sendo dada para a morte de seu filho. Segundo ela, seu filho levou um tiro na artéria pulmonar e devia ter uma poça muito grande no local onde seu corpo foi encontrado [no terreno de uma creche na subida da Rua Saint Roman], no Pavão-Pavãozinho. Maria de Fátima diz que "ele foi levado para lá e que a roupa dele foi lavada". Ela diz que os documentos e o celular de seu filho estavam molhados quando lhe foram entregues na delegacia.
"Meu filho não morreu. Ele foi assassinado. Se eu suspeitar da perícia eu mando exumar o corpo e vou fazer tudo de novo. Não sou ignorante. Eu sou da área de saúde", disse Maria de Fátima, acresentando que "a PM conta a história que ela bem entende e o povo acredita, porque o povo na comunidade é tratado como marginal e não tem voz", encerrou.
O comandante das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), coronel Frederico Caldas, disse na quarta-feira (23) que houve um tiroteio na comunidade por volta das 22h, mas não foi registrada nenhuma vítima. A Polícia Militar, segundo Caldas, só tomou conhecimento oficialmente de que havia um corpo na creche por volta das 10h do dia seguinte.
De acordo com Caldas, não há como os policiais militares terem mexido no corpo, porque eles entraram na creche junto com policiais civis, que estavam na comunidade para fazer uma perícia do tiroteio ocorrido no dia anterior.
Agência Brasil