Governo doa R$ 1 milhão para combate ao ebola

Ministério anuncia reforço nas ações de monitoramento e vigilância na rede de saúde e pontos de entradas do país. No momento, não há risco de transmissão da doença no Brasil.

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O Governo brasileiro doará R$ 1 milhão para Organização Mundial da Saúde (OMS) para fortalecer as ações e interromper a transmissão do ebola nos países acometidos pela epidemia. A ajuda foi anunciada nesta sexta-feira (8) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, ­durante entrevista coletiva à imprensa para esclarecer a situação da doença no oeste da África e os procedimentos adotados pelo Ministério da Saúde de vigilância e resposta. 

O Ministro Chioro explicou que a doação é uma resposta do Brasil ao chamamento da OMS por apoio e cooperação internacional. Segundo ele, neste momento não há risco de transmissão desta doença no Brasil. Nesta sexta-feira, a agência classificou a situação da epidemia no oeste da África como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional. "O Brasil tem seguido todas as recomendações da OMS. É fundamental entender que a elevação da classificação do Ebola significa um alerta mundial para cooperação internacional de ajuda aos países com registro de casos, fortalecendo as ações de combate à cadeia de transmissão da doença e de contenção do surto de ebola nessas regiões", ressaltou o ministro.

Entre as medidas anunciadas para reforçar as ações de vigilância e monitoramento da doença, está a veiculação de mensagem sonora nos aeroportos brasileiros com recomendações a passageiros de voos internacionais, a partir deste sábado (09). No comunicado, pessoas que regressarem de viagens internacionais com sintomas - como febre, vômito, diarreia, sangramento, manchas no corpo ou tosse - são aconselhadas a procurar atendimento médico, além de informar ao profissional de saúde os países em que passaram.

As equipes de bordo das companhias aéreas, que fazem voos internacionais, devem notificar as autoridades sanitárias no aeroporto de destino sobre qualquer passageiro que apresente quadro de doença infeciosa durante a viagem. A partir dessa comunicação, é providenciada a remoção desse passageiro e transferência para hospital de referência.

DEFINIÇÃO - Para facilitar a identificação de possíveis casos suspeitos, o ministro anunciou a divulgação, aos profissionais e serviços de saúde, da definição de “caso suspeito”. Além da apresentação dos sintomas típicos da doença, está o critério de que o indivíduo deve ser procedente, nos últimos 21 dias – período máximo de incubação da doença – de país com transmissão atual de ebola. Apesar de anunciar as novas medidas, o ministro reafirmou que o risco de transmissão da doença no Brasil é considerado baixo. “Pelas características de transmissão do vírus Ebola, a disseminação da doença para outros continentes é considerada como improvável”, afirmou.

O ministro ressaltou ainda que foram realizadas videoconferências com todas as secretarias estaduais de saúde, além de enviadas normas técnicas para preparação da rede de saúde. “Nas cidades que possuem aeroportos internacionais, as unidades do serviço de SAMU já estão preparadas para encaminhar os casos suspeitos aos hospitais de referência, seguindo todos os procedimentos de biossegurança”, observou o ministro.

NIVEL DE ALERTA - O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, disse que o Brasil elevou para dois o nível de alerta do Centro de Operações e de Emergência em Saúde. A medida, segundo ele, tem como objetivo acompanhar e intervir, imediatamente, se um caso suspeito for identificado em qualquer uma das cidades do país. Ele ressaltou, ainda, que o Instituto Evandro Chagas está preparado para fazer o diagnóstico do caso suspeito.

O secretário explicou, ainda, que não há restrição de viagem para os países afetados. De acordo com ele, a orientação da OMS é para que os países acometidos pela doença façam a triagem de passageiros nas saídas dos países. Para os brasileiros que vivem nos países afetados, o Ministério recomenda evitar contato com animais ou com pessoas doentes e seguir todas as recomendações dos ministérios da saúde desses países. O Ministério da Saúde do Brasil recebe atualizações diárias da OMS sobre a situação do surto de Ebola, bem como de qualquer outra situação de potencial emergência de saúde pública.

A ajuda do Brasil aos países acometidos pelo ebola começou em junho, com a doação para Guiné de quatro kits, suficientes para atender cerca de 500 pessoas por três meses. Cada kit contém 48 itens, sendo 30 tipos de medicamentos, incluindo antibióticos e anti-inflamatórios, e 18 insumos para primeiros-socorros, como luvas e máscaras. O Ministério da Saúde também prepara o envio de cinco kits para Serra Leoa e cinco para Libéria.

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