Punições mais rigorosas para motoristas infratores

Lei que altera o Código de Trânsito Brasileiro e prevê penas mais duras para veículos envolvidos em ultrapassagens perigosas e rachas começa a vigorar hoje

Por
· 2 min de leitura
Motoristas devem dobrar cuidados para não infringir leisMotoristas devem dobrar cuidados para não infringir leis
Motoristas devem dobrar cuidados para não infringir leis
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A partir deste sábado (1º) entra em vigor a Lei Federal 12.971/2014 que altera 11 artigos do Código de Trânsito Brasileiro. Com as mudanças, motoristas condenados por participação em ultrapassagens perigosas e rachas estarão sujeitos a punições mais severas, que poderão chegar, no caso de morte, a dez anos de reclusão. A Lei, de autoria do deputado federal Beto Albuquerque, foi sancionada ainda em abril deste ano e também vai aumentar o valor das multas pagas pelos motoristas envolvidos em competições não autorizadas e manobras arriscadas. Além do valor maior, em caso de reincidência no prazo de 12 meses, a nova multa será aplicada em dobro. Para ultrapassagens perigosas (curvas, subidas, locais sem visibilidade e pelo acostamento), as multas também serão reajustadas, mas, o maior aumento veio para quem trafega em pista simples e força a passagem entre veículos que estão em sentidos opostos e na iminência de passar um pelo outro. Neste caso, o preço a ser pago será 900% maior que o anterior.

Apresentado ainda em 2007 pelo deputado, o projeto que deu origem à lei  sofreu mudanças no Senado, mas acabou sendo aprovado pela Câmara em sua forma original. Segundo o parlamentar, é notório que ainda hoje o Código de Trânsito Brasileiro dispense aos maus motoristas as punições necessárias. Ele também lembra que, no Brasil, cerca de 40 mil pessoas morrem anualmente em decorrência de acidentes nas rodovias e perímetros urbanos, e salienta a necessidade de mudar o entendimento de que tudo no trânsito é culpa e não dolo, especialmente quando a maioria dos acidentes com vítimas tem o álcool ou a velocidade excessiva como fator determinante. “Precisamos enfrentar e vencer a impunidade. Não é possível que alguém que mate nessas circunstâncias tenha direito à fiança”, criticou o deputado.

Punição e Educação

Mesmo com as diversas campanhas educacionais em busca da conscientização no trânsito, os números cada vez maiores de acidentes mostram que as ações ainda geram poucos efeitos. Segundo o Mapa da Violência 2013, divulgado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), as mortes por acidentes de trânsito no Brasil aumentaram 41,7% em 10 anos. Para o advogado e especialista em trânsito, Gilmar Teixeira Lopes, a educação no trânsito precisa ser feita, mas deve ser aliada a outros fatores, como é o caso da punição. “Hoje os processos educacionais não estão mais atingindo o efeito desejado e mesmo que sejam necessários, já era preciso rever as normas para trazer a justa punição daquele condutor que continua abusando da condição de motorista. A punição mais rigorosa ajuda a trabalhar o processo de conscientização a fim de evitar graves acidentes”, salienta. O advogado também destaca que a mudança de comportamento só ocorre, muitas vezes, quando o motorista precisa pagar pelos erros que cometeu e sente o efeito no bolso. “Essas novas normas vão apertar no bolso do motorista e como consequência disso ele passa a ter uma reflexão maior. Além disso, a mudança de comportamento tem que vim rapidamente, assim como as regras deverão ser aplicadas”, finalizou. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) também acredita que as novas medidas irão ajudar na segurança de motoristas e  de pedestres, além de preservar a infraestrutura urbana. 

Gostou? Compartilhe