Diante do cenário de crise do setor elétrico e dos baixos índices de chuva, especialmente na região Sudeste, o governo estuda ampliar o horário de verão que está em curso em 11 estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e no Distrito Federal desde o dia 19 de outubro e tem a previsão de durar até o dia 22 de fevereiro. A proposta é de estender o horário até o dia 22 do março com o objetivo de reduzir o consumo de energia, também, de amenizar os efeitos da crise da água no país.
A decisão final depende das previsões referentes ao clima e ao ritmo hidrológico dos próximos dias e será obtida depois de uma avaliação, no dia 12 de fevereiro, com a presença da Agência Nacional de Energia Elétrica e da Empresa de Pesquisa Energética. Caso o horário seja, de fato, estendido, o governo espera reduzir em 4,5% o consumo de energia no horário de pico.
Economia de milhões
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entre 2010 e 2014, o horário de verão resultou na economia de R$ 835 milhões para os consumidores. No período 2014/2015, a economia estimada é, inicialmente, de R$ 278 milhões, o que significa 31% a menos do que na edição passada quando foram economizados R$ 405 milhões. O ONS explica, porém, que tais valores são pequenos diante dos gastos do setor elétrico de uma forma geral e, por isso, não chegam a ter impacto nas contas de luz.
Para os cofres públicos, no entanto, a economia é significativa: segundo Ministério de Minas e Energia, o horário de verão, que é aplicado no Brasil desde 1931/1932, evita investimentos de cerca de R$ 4 bilhões ao ano e permite melhor aproveito da luz solar e maior racionalidade no uso da eletricidade.
Economia em Passo Fundo
Na cidade, no período 2013/2014, a redução no consumo de energia foi de 0,63% na área de concessão da RGE, distribuidora de energia elétrica que atende 262 cidades do estado. Ainda, foi registrada uma diminuição de 5,25% na demanda no horário de pico. Essa economia corresponde ao que o município de Passo Fundo gasta em 21 dias.
Picos de consumo
A discussão, agora, é para explicitar qual o horário onde os brasileiros mais consomem energia elétrica. Antigamente, o pico de consumo era registrado entre 18 e 21h e era gerado pelo uso de eletrodomésticos quando as pessoas chegavam em casa. Hoje, no entanto, altos índices de consumo de energia elétrica costumam ser registrados entre 14h e 16h, por conta, especialmente, do uso de ar condicionados. Se essa informação se confirmar, técnicos acreditam que não há a necessidade de o horário ser estendido.
Conta de luz 26% mais cara
Além da crise que atinge o país, a partir de março a conta de luz ficará mais cara. A revisão, aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), traz um aumento superior a 26% e entra em vigor com o objetivo de cobrir as despesas do setor elétrico que eram pagas pelo fundo CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e que, em 2015, deixam de receber dinheiro do governo. Além disso, as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país arcam com outro reajuste: a energia vinda de Itaipu também sofreu aumento e o valor será repassado ao consumidor.