Ministério confirma 16 casos de zika vírus no país

Ainda, Ministro afirma que país vive 'tecnicamente' epidemia de dengue

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira um total de 16 casos de zika vírus no país – oito na Bahia e oito no Rio Grande do Norte. A doença é transmitida por meio da picada do Aedes aegypti, mesmo mosquito transmissor da dengue. As amostras foram encaminhadas aos laboratórios de referência do Instituto Evandro Chagas e ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos para avaliação. Análises feitas pelo Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia já haviam indicado resultado preliminar para a presença do vírus. O zika vírus foi isolado pela primeira vez em 1947, a partir de amostras de macacos usados como sentinelas para a detecção da febre amarela, na Floresta Zika, em Uganda. Ele é considerado endêmico no leste e oeste do continente africano e há registro de circulação esporádica também na Ásia e na Oceania.

Nas Américas, ele já havia sido identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile no Oceano Pacífico, em 2014. Casos importados foram descritos no Canadá, na Alemanha, na Itália, no Japão, nos Estados Unidos e na Austrália. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que o governo brasileiro já trabalhava com a possibilidade de entrada do vírus no país em razão do alto fluxo de turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo, no ano passado. Segundo o ministério, o zika vírus tem evolução benigna, caracterizada por febre baixa, olhos vermelhos sem secreção e sem coceira, dores nas articulações e erupção cutânea com pontos brancos e vermelhos, além de dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas. Ainda de acordo com a pasta, a doença tem um período de incubação de cerca de quatro dias e os sinais e sintomas podem durar até sete dias. A maior parte dos casos não apresenta sintomas e não há registro de morte associada. O tratamento é sintomático com uso de paracetamol para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e de drogas anti-inflamatórias por conta do risco aumentado de complicações hemorrágicas, como também ocorre com a dengue.

Dengue

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que, tecnicamente, o Brasil enfrenta uma epidemia de dengue, uma vez que o número de casos identificados no país se enquadra no critério de epidemia definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes. Segundo ele, o cenário é mais grave nos estados de São Paulo, Goiás e do Acre. Até o dia 18 de abril deste ano, foram registrados 745.957 casos de dengue no país. A incidência da doença chega a 367,8 casos para cada 100 mil habitantes. A Região Sudeste apresentou o maior número de casos notificados (489.636; 66,2%), seguida do Nordeste (97.591 casos; 11,5%), Centro-Oeste (85.340 casos; 12,4%), Sul (46.360 casos; 5,8%) e Norte (27.030 casos; 4,1%).

Dados da pasta mostram também que, até o dia 18 de abril, foram confirmados 229 óbitos em razão da doença. O número representa um aumento de 45% nas mortes provocadas pela dengue no país em comparação ao mesmo período de 2014, quando foram confirmados 158 óbitos. A Região Sudeste, novamente, concentra a maior parte dos óbitos (81,2%). O ministro já havia confirmado situação endêmica de dengue no país no dia 4 deste mês, quando participou de encontro na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) com empresas de biotecnologia.

Agência Brasil

Gostou? Compartilhe