O Brasil se mantém como uma referência mundial em aleitamento materno, e numa posição de destaque em relação a países de renda alta como Estados Unidos, Reino Unido e China. A conclusão é da renomada revista científica britânica The Lancet, que divulgou nesta sexta (29), em Washington D.C. (EUA), sua nova série sobre aleitamento materno. Trata-se do mais abrangente estudo comparativo na área: pela primeira vez, a publicação analisou dados de aleitamento materno de 153 países, e concluiu que mais investimentos em amamentação poderiam representar um acréscimo de $ 300 bilhões à economia global - e, mais do que isso, salvar a vida de pelo menos 800 mil crianças por ano em todo o mundo.
Em outubro de 2015 a The Lancet já havia anunciado que a redução na mortalidade infantil no Brasil foi 20% maior que a média mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Num dos dois artigos sobre o Brasil publicados na nova série, é destacada a evolução histórica do país no tema do aleitamento: em 1974 as crianças eram amamentadas, em média, por dois meses e meio, e 32 anos depois este número subiu para 14 meses. Em 1986, apenas 2% das crianças de até 6 meses recebiam exclusivamente o leite materno e em 2008 essa taxa saltou para 41%. Ao contrário do Brasil, que trouxe crescimento constante com o passar do tempo, vários países analisados apresentaram queda nos dois números, como a China, que teve redução de 5%.
O documento cita ainda a regulamentação da lei da amamentação, que limita a comercialização de substitutos do leite materno e incentiva a licença maternidade de 24 meses e os processos sistemáticos de certificação dos hospitais “Amigos da Criança”, assegurando padrões de qualidade e treinamento dos profissionais de saúde. Os artigos mencionam também a rede de bancos de leite humano em mais de 200 hospitais que garantem a amamentação a milhares de crianças todos os anos. “Estamos satisfeitos com as nossas conquistas nessa área e vamos continuar avançando para promover um futuro ainda melhor e mais saudável às nossas crianças e mamães”, comemorou o ministro da Saúde, Marcelo Castro.