Notificação de casos pelo vírus Zika passa a ser obrigatória no Brasil

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Ministério da Saúde adotou a medida em parceria com estados e municípios. A notificação das gestantes com suspeita da infecção pelo vírus deverá ser imediata. Estão sendo distribuídos 250 mil testes PCR para o diagnóstico do vírus Zika, de um total de 500 mil

A partir desta quinta-feira (18), a notificação dos casos suspeitos de Zika será obrigatória para todos os estados do país. A medida foi publicada no Diário Oficial da União por meio da portaria 204, de 17 de fevereiro de 2016. A mudança significa que todos os casos suspeitos de Zika deverão ser comunicados pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, às autoridades de saúde, semanalmente. Nos casos de gestantes com suspeita de infecção pelo vírus ou de óbito suspeito, a notificação será imediata, ou seja, deverá ser feita em até 24 horas.

De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Castro, o Zika não existia no Brasil, assim como não existia nenhuma regra no mundo sobre a doença. “A notificação do vírus Zika passa a ser obrigatória no Brasil porque agora temos testes que nos permitem dar com segurança o diagnóstico do vírus. Ou seja, hoje, caso haja alguma dúvida por parte do médico, ele pode requerer o exame para constatar se o paciente está de fato com Zika”, destacou o ministro da Saúde, durante Reunião Bilateral Brasil-EUA, Fortalecimento da Cooperação para a Resposta à Epidemia do Vírus Zika, que acontece nesta quinta-feira (18) em Brasília.

A mudança na notificação é resultado de uma análise criteriosa dos métodos de acompanhamento do vírus Zika no Brasil. Até então, a doença era monitorada por meio do sistema de vigilância sentinela para prestar apoio às medidas de prevenção à doença. Cabe ressaltar que o Zika é uma doença nova no Brasil, tendo sido identificada pela primeira vez em maio de 2015 e, como qualquer outra nova doença identificada, necessita de estudos e reavaliações periódicas.

A medida foi tomada em parceria com estados e municípios, além de especialistas de instituições de pesquisa e estudo brasileiros. Os profissionais de saúde de todo o Brasil já estão sendo orientados da nova medida por meio dos diversos canais de comunicação de rotina, como videoconferências, e-mails, ofícios e contatos diretos.

COOPERAÇÃO COM EUA - Na Reunião Bilateral Brasil-EUA, Fortalecimento da Cooperação para a Resposta à Epidemia do Vírus Zika, o ministro Marcelo Castro e a Embaixadora dos EUA no Brasil, Liliana Ayalde intensificarão a cooperação entre os países para o desenvolvimento de pesquisas para diagnóstico, controle, vacina e tratamento contra o vírus Zika.

“Os EUA e o Brasil têm um papel fundamental na busca de uma resposta para enfrentar o surto do vírus Zika. As doenças infecciosas não respeitam fronteiras. Nossos esforços conjuntos e ações estratégicas podem produzir resultados que vão beneficiar a todos”, ressaltou a Embaixadora Liliana Ayalde.

O ministro da Saúde destacou as ações que já estão em andamento entre os dois países, como “a parceria firmada com a Universidade do Texas, para o desenvolvimento da vacina com o vírus Zika. Também estão no Brasil, no estado da Paraíba, 15 pesquisadores do CDC juntamente com nossos técnicos do Ministério da Saúde, para fazer exatamente essa correlação entre o vírus Zika e a microcefalia”, informou o ministro Marcelo Castro.

A Reunião Bilateral Brasil-EUA, Fortalecimento da Cooperação para a Resposta à Epidemia do Vírus Zika, acontece em Brasília entre os dias 18 e 19 na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A ideia é que, no final do encontro, as autoridades de ambos os países elaborem um plano de trabalho geral com cronograma de atividades definido em relação às ações de resposta à epidemia do vírus Zika e associação com a microcefalia.

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