A coletiva de imprensa que anunciou, nesta quarta-feira (30), a decisão do Partido Progressista (PP) de reunir o diretório nacional da legenda nos dias 11 ou 12 de abril para resolver se permanecerá na base aliada ao governo, deixou clara a divisão dentro do partido sobre o assunto. A data pode sofrer alterações, mas a ideia é que ocorra um dia antes ou depois da votação do relatório da Comissão Especial do Impeachment, na Câmara dos Deputados.
Hoje, enquanto o líder da legenda na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB), insistia em dizer que ainda não há nenhuma posição definida sobre o assunto, os deputados Júlio Lopes (RJ) e Jerônimo Goergen (RS) o interrompiam o tempo todo para falar o contrário.
“Nós não temos uma posição. Há posições claras de parlamentares que são contra e a favor. Eu tenho uma visão muito clara de que não vamos antecipar uma posição, o que no meu entender seria equivocado. O que há é um entendimento de todos para que decidamos em conjunto e, ainda que haja divergência, que ela seja consensuada” afirmou o líder.
Já o deputado Jerônimo Goergen (RS), autor do requerimento que pediu a reunião do Diretório Nacional do PP para deliberar sobre o assunto, insistiu: “Eu afirmo, aqui, que nós temos, hoje, uma posição majoritária pela saída do governo”.
Pressão
Com 51 deputados e seis senadores, o PP é hoje a terceira bancada na Câmara e internamente avalia como natural as pressões que virão nos próximos dias, tanto do Palácio do Planalto como do PMDB, para uma definição. “Faz parte do momento que estamos vivendo, mas a bancada, na sua totalidade, decidiu que essa posição se dará imediatamente após a decisão da Comissão Especial”, ressaltou Aguinaldo Ribeiro.
Os parlamentares também sinalizaram que, antes da reunião do diretório, o partido não deve aceitar nenhum novo Ministério na Esplanada. Hoje, o PP é responsável pela pasta da Integração Nacional.
Agência Brasil