Lá vem o gigante descendo a ladeira, balançando de um lado para o outro, com os braços soltos. Ou melhor, 50 gigantes, envoltos em uma multidão que vibrava com o frevo, pequena ao lado dos maiores foliões do carnaval. O Encontro dos Bonecos Gigantes de Olinda percorreu as ladeiras pelo 30º ano consecutivo na manhã de hoje (28), animando o povo com um dos símbolos da folia pernambucana. Medindo em média 3,4 metros quando montado, os bonecos são levados na cabeça e nas costas dos bonequeiros. O movimento característico deles se faz rodando; assim, os braços soltos do gigante giram de um lado para o outro, atingindo de leve algum desavisado e entretendo o pessoal que está em volta, que brinca de desviar das mãos giratórias. Tudo em meio ao frevo tocado pelas orquestras.
Personalidades
A tradição pernambucana tem origem em outro continente, de acordo com o artista plástico Sílvio Botelho. “A origem do boneco gigante está datada de 800 anos, em Portugal. Chegou ao país em 1919, em Belém do São Francisco. Chegando aqui ficou timidamente e a história acabou. Renasceu em Olinda, em 1932, com o primeiro boneco com o nome de Homem da Meia Noite”, explica. Personalidades da vida real também caem na folia em forma de bonecos. Para evitar o uso do boneco em protestos espontâneos, o presidente Michel Temer ficou apenas em exposição e não saiu às ruas. Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ex-presidente Obama pularam o carnaval.